Prologue

424 71 291
                                    

                              xxxx

     Em um quarto de uma vasta mansão, tosses podiam ser ouvidas, a imagem ia para uma cama cheia de babados, ela era maior que o normal para alguém com diversas posses, o qual se encontrava em um enorme quarto ao lado de uma janela consideravelmente grande.
     Na gigantesca cama, um garoto, aparentemente jovem, com cabelos longos e escuros que percorriam até a sua cintura. Ele estava deitado, observando o teto de seu quarto.
     Havia uma pintura representativa, encarada pelo garoto, uma cor azul escura dominante em todo o teto, com alguns pontos brancos e uma lua no centro, representando a noite; em meio a lua, um homem com uma capa preta a qual tampava sua aparência; sobre seu dedo indicador direito, um pássaro vermelho, ele pegava fogo, e suas penas flamejantes despencavam-se de seu corpo.
     Na silhueta do homem, em todo o seu corpo, toda uma extensão de uma rosa era visível, com seus espinhos ensanguentados envolta da figura, e em sua ponta, a qual chegava em sua mão direita, ficando perto do pássaro, havia uma bela rosa vermelha.
     O garoto passeava seu olhar por toda a pintura, logo, levantou-se, sentando-se sobre a cama, encostando suas costas em um travesseiro, o cobertor vinha até seu colo, seu olhar era direcionado para suas mãos enfaixadas e frágeis.
     Em seguida, sua porta era aberta, adentrando ao quarto um outro garoto, este com cabelos curtos, e sua expressão era de preocupação, porém, a escondia em seu rosto sério como uma rocha, ele olhou para o garoto na cama com calma, se aproximando lentamente, contendo-se em frente ao seu amigo.
     ‘Ah... você de novo...’ disse o garoto de cabelos espalhados, encarando seu visitante.
     ‘Sem mim, morreria.’ ele o respondeu de modo curto, puxando a cadeira da escrivaninha do quarto, levando-a para o lado da cama.
     ‘Eu gostaria que outras pessoas me visitassem também.’ resmungou o pequeno magnata.
     ‘E eu sou o único que tem coragem de o ver neste estado.’ o outro garoto responde, o entregando um copo com um tipo suco, ‘Vai se sentir melhor.’
     ‘Eu agradeço... por nunca me abandonar, mesmo nesse estado desagradável.’
     ‘Jamais o deixaria... Mais alguma coisa?’
     ‘Conte-me uma estória...’ pediu o garoto sem olhar para seu companheiro desprovido de cabelos. ‘Aquela estória...’
     ‘Uma estória, é?’
     ‘Sim, meu companheiro. Aquela que sabes tão bem. Conte-me mais uma vez, isso é tudo que lhe peço essa noite.’
     Seu companheiro levantou-se da cadeira onde se sentara ao lado da cama, seguindo até uma das várias prateleiras cheias de livros. O garoto de curtos cabelos passava seu dedo indicador suavemente sobre cada livro, até parar sobre um dos demais, apanhando-o, logo, caminhou calmamente até a cadeira, sentando-se novamente.
     ‘Aquela mesma estória, certo?’ Perguntou o garoto com curtos cabelos.
     ‘Sim, por favor. Nunca a terminamos.’ o garoto de cama clamou por sua história a qual o mesmo tanto amava.
     ‘Muito bem, irei começar.’ respondeu o garoto de cabelos curtos. “Sim, aquele no mar vermelho, sempre navegando com sua treinada tripulação, junto de um sorriso orgulhoso que não deixa seu rosto facilmente.”
                              [...]

                              17xx

     O silêncio dominava o local, logo, a calmaria é quebrada, um trovão é ouvido, assim como águas nervosas do mar em fúria. A imagem segue para um barco não muito grande navega sobre um mar indomável, a qual a coloração é vermelha. A chuva não para de cair junto de seus raios que atingiam as águas marinhas.
     ‘...Ah... acordei... que vergonha...’ Disse o homem deitado ao piso do barco, sua voz era rouca e cansada.
     Ele piscava lentamente antes de se levantar com uma imensa dificuldade. Ergueu suas pernas, usando-as como balanço, assim se sentando. Sua cabeça movia para os lados fazendo com que ele tivesse a visão de tudo a sua volta.
     ‘Aquele bastardo matou todos...’ resmungou para si, assim, usou de sua lâmina encaixada ao chão, como bengala, se levantando, ‘Todos eles..’
     Logo, sua cabeça movia para baixo, como se ele estivesse à procura de algo, mas não era nada, já havia perdido tudo. Em seguida, um rugido era ouvido, as águas já perturbadas formaram ondas que iriam com toda força para cima do barco.
     Ao se levantar, ele segurava firme a espada fazendo um leve balanço. Assim, a pressão no ar feita pela espada partiu a onda, fazendo ela passar ao lado do barco. Suas mãos levavam a espada ao piso do barco, a cravando novamente. Ele segurava na ponta do cabo se mantendo em equilíbrio.
     ‘Vamos, monstro desgraçado.’ Disse o homem em bom e alto tom, seus olhos castanhos, em meio a mais um raio, ao serem iluminados, chegavam a brilhar, enquanto seu ódio pelo monstro apenas crescia.
     Em poucos segundos, no meio do mar, a água se movia para cima, saindo dela uma hidra, com suas três cabeças viradas para o barco, seus seis olhos encarando o homem, que logo puxou sua espada do piso do barco.
     Os olhares do homem e do monstro se cruzavam, ele estava com um enorme sorriso em sua face, escondendo a tristeza e saudade de seus companheiros mortos pelo monstro. Uma risada seca foi dada pelo aventureiro enquanto segurava sua lamina firmemente, e finalmente... um trovão.

                                
                           The End...

The One In The Blue SeaWhere stories live. Discover now