1.Light

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Taeyong x Jaehyun
Ten x Johnny

Lee Taeyong estava sentado no banco de trás do veículo preto. "Tens que considerar esta opção Taeyong. O teu último ainda está em primeiro lugar. Os teus singles sobem nas tabelas assim que são lançados." Jihoon, o seu agente implorou.

"Não." Taeyong cruzou os braços.

"Taeyong." Jihoon contunuou, falando de modo mais suave. "Vais ter que sair da tua zona de conforto em algum momento eventualmente. Isto pode dar cabo da tua carreira. Tens que fazer um tour." "Não faço. Tu sabes porquê. Sabes que não posso." Os olhos de Taeyong encheram-se de lágrimas. Adrenalina nasceu dentro dele. "Talvez seja altura de tentar terapia outra vez." Jihoon continuou a tentar. "Claro. Os media vão adorar. Lee Taeyong, rapper do momento, paciente mental." Jihoon virou-se para Taeyong. "Talvez te consigamos arranjar algum tipo de programa com residência e fazer toda a gente assinar um contrato de confidencialidade." Raiva crescia em Taeyong. "É isso que a empresa quer? Esconder o seu principal rendimento num hospital psiquiátrico?" Jihoon tentou alcançar o braço de Taeyong. Taeyong entrou em pânico. "Não me toques." Ele agarrou no puxador da porta e abriu-a, o seu instinto imediatamente aceso, e Jihoon gritou "Taeyong não, a estrada..." Taeyong não o ouviu ao sair do veículo.

Jung Jaehyun andava ao sol no seu caminho para o trabalho. Afastou os cabelos negros dos olhos e fechou-os em direção ao céu. Estava um dia lindo. Demasiado bom para ele estar a caminho do edifício cheio de luzes artificiais no qual passava os seus dias.

Cantarolava uma música baixinho. Alguma coisa que ouviu na rádio. Provavelmente pertencia a um ídolo recentemente famoso. Levava na sua mão um café, flat white com açúcar, o seu favorito. Com a briza quente caiam algumas folhas marcando o momento em que o verão se torna em outono.

Saiu do passeio passando atrás de um carro preto para atravessar a estrada. Carros passavam para a direita e para a esquerda. Deu um passo para trás, esperando uma pausa no trânsito incessante. Uma porta abriu-se subitamente à sua frente. Um rapaz de cabelo rosa saltou do veículo para a frente de uma carrinha que ia passar. Jaehyun sentiu o corpo encher-se de adrenalina e o tempo pareceu parar. O café voou quando Jaehyun saltou para o rapaz, agarrando-o pelo braço. A força do corpo de Jaehyun contra o outro mais pequeno fez com que ambos caíssem no chão com força. Jaehyun bateu com a cabeça na estrada. A carrinha não passou por cima deles por pouco. O mundo tornou-se preto.

"Jihoon chama uma ambulância." Taeyong gritou para o seu agente. Taeyong demorou dez segundos a perceber que a pele do outro rapaz tinha tocado diretamente na sua. Entrou em pânico. "A minha mochila. Onde está a minha mochila?" Agarrou-a do carro e tirou as suas toalhitas. O pânico diminuindo à medida que esfregava a sua pele. Só então se apercebeu que pessoas começaram a juntar-se á volta do rapaz na estrada que ainda não tinha aberto os olhos. “Entra no carro e não saias de lá.” Jihoon olhou para Taeyong. Ele assentiu. Ele sabia que o seu agente teria trabalho suficiente a lidar com as consequências desta situação, mesmo sem fotografias de Lee Taeyong, rapper famoso, ao lado de um corpo sem vida na estrada por toda a internet.
Jaehyun acordou sob luzes brancas artificiais. Estava no trabalho? Porque estava deitado? Tentou levantar-se mas foi impedido por uma forte dor de cabeça. Olhou à sua volta e percebeu que estava numa cama de hospital. Olhou em choque para o rapaz de cabelo rosa a dormir numa cadeira ao canto. Tinha a boca tão seca.  Ao tentar alcançar o copo de água na mesa perto da cama percebeu que o seu braço também doía e só então reparou no gesso que ia do seu pulso ao cotovelo. Desajeitadamente deitou o copo ao chão. Água por todo  o lado quando o de cabelo rosa abriu os olhos e se levantou. A cabeça de Jaehyun estava a andar à roda e nem parecia estar em si. Sentia-se como se estivesse a respirar debaixo de água. O rapaz era lindo, não parecia real, como se tivesse saido diretamente de um dos muitos mangas que Jaehyun tinha acumulados ao lado da sua cama. “Estou a sonhar? Bati com a cabeça assim com tanta força?” O mundo voltou à escuridão.
Lee Taeyong olhava para o rapaz sentado na cama. Tinha ar de anjo. O seu cabelo era castanho escuro e parecia macio e tinha covinhas fundas o suficiente para se afogar. Um sentimento de culpa percorreu a sua mente. Ele arriscou a sua vida por Taeyong, possivelmente salvou a sua vida, e, em cima disso tudo parecia um anjo. Abençoou Taeyong com um sorriso, murmurou alguma coisa sem sentido e voltou a apagar. Taeyong chamou uma enfermeira e quando esta entrou ele saiu para o corredor do hospital.
Taeyong gostava de hospitais. A luz branca artificial, o chão frio, o cheiro forte a antiséticos, tudo o deixava confortado. Jihoon foi até ele. “Falei com o médico. Ele vai ficar bem. Vão mantê-lo cá durante a noite para o observarem mas vão dar-lhe alta amanhã. Tem uma fratura no pulso e vai precisar do gesso por seis semanas. A empresa pagou de avanço todas as despesas. Esperemos que isto fique fora dos media.” “Jihoon, ele salvou-me a vida, o que vamos fazer por ele?” Taeyong mordeu o lábio inferior. Jihoon deu-lhe um olhar e ele parou. “Temos que descobrir o que ele quer. Provavelmente apenas ficará feliz por vender a história aos média.” Jihoon revirou os olhos. “Não.” Taeyong disse suavemente para si mesmo. “ Ele não vai querer isso.” “Está na hora de irmos Taeyong. Vou deixar o meu cartão com instruções para me ligar amanhã. “NÃO.” Os olhos de Taeyong encheram-se de raiva. “Ele salvou a minha vida. O mínimo que posso fazer é ficar com ele.” “Taeyong, tens a certeza? Acho que às vezes te esqueces de quem és.” “Não Jihoon. Exatamente o contrário. Sei exatamente quem sou. Ele salvou a minha vida e vou ficar com ele até ter a certeza de que ele está bem.”
O rapaz na cama dormiu a noite toda. Tal como o rapaz na cadeira. A luz matinal entrou na janela iluminado Taeyong de dourado e branco. Jaehyun estava acorado, a olhar para aquela figura que tinha entrado na sua vida. A sua cabeça estava melhor mas o pulso estava a matá-lo. Também o seu coração. Podia sentir a fragilidade vinda do rapaz na cadeira. Porque é que ele saltou para a estrada? Porque não estava ninguém a protegê-lo? Subitamente as pálpebras do rapaz mexeram e abriram-se.
“Olá.”
“Olá.”
“Como te sentes?”  Taeyong perguntou hesitante. “Com fome.” Jaehyun deu um pequeno sorriso. “Eu sou o Taeyong. Obrigado por me salvares a vida. Tenho a certeza que te devo pelo menos um pequeno almoço.” Jaehyun sorriu. “Sou o Jaehyun. Prazer em conhecer-te Taeyong.” Estendeu a ua mão para Taeyong. “Desculpa, não posso.” Taeyong olhou para o chão. Jaehyun afastou a sua mão.
“Está tudo bem contigo?” Os olhos castanhos de Jaehyun mostravam preocupação. “Sabes, depois de ontem?” Este rapaz salvou-lhe a vida e estava preocupado em como ele estava? Era mesmo um anjo? Taeyong respirou fundo. “Sim, só tenho umas negrelas. O médico diz que posso voltar para casa hoje.  A minha empresa pagou pelas tuas despesas. “A tua empresa?” Jaehyun parecia confuso. “Os meus patrões. Não te preocupes com os custos. Eles também te vão recompensar pela tua coragem. Dentro do razoável como é óbvio.” Taeyong estava à espera da resposta. Dinheiro, contactos na indústria, bilhetes para concertos. “Podes dar-me o teu número?” Jaehyun deu um sorriso aberto ao outro que fez Taeyong derreter. “É isso tudo o que queres? Tu sabes quem eu sou?” “Sim, tu acabaste de me dizer. Taeyong.” Jaehyun parecia confuso mais uma vez. A sua dor de cabeça estava a voltar. “Deveria saber quem és?”
Taeyong levantou-se e escreveu o seu número num papel, deixando-o na mesa ao lado da cama. “Manda-me uma mensagem quando saíres daqui.” Taeyong murmurou e saiu do quarto.
Correu pelo corredor, pelas escadas até chegar à rua, onde o sol brilhava.
A sua respiração ficou presa. Pânico encheu a sua cabeça. Fechou os olhos com força e contou lentamente até dez. Começou a respirar. Lágrimas caiam dos seus olhos. O que é que ele foi fazer?
Jihoon encontrou-o na rua, sentado num muro de tijolos perto do hospital. O carapuço tapava o seu cabelo rosa. “ Falei com ele. Não sabia quem tu és. Eu contei-lhe e ele ficou surpreendido, mas continua a não querer nenhuma recompensa.” Jihoon era agente desde que o miúdo tinha 15 anos. Era como um irmão mais novo para ele. Ninguém além de Jihoon sabia as dificuldades que Taeyong passava diariamente. “Ele queria alguma coisa. Pediu o meu número e eu dei-lho". Taeyong murmurou para si mesmo. Jihoon abriu os olhos em surpresa. “A sério?” Jihoon estava maravilhado. “Isso é ótimo. Não acredito que fizeste isso Taeyong. Vais atender se ele ligar?” ”Não sei Jihoon.” Taeyong escondeu-se mais na sua camisola. “Se o deixar entrar ele não demorar muito até perceber o quão quebrado eu estou.”
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Olá!
Voltei com uma nova tradução de uma das minhas histórias favoritas deste site
Espero que gostem
Todos os créditos à autora como é óbvio

Cure • Jaehyun x TaeyongWhere stories live. Discover now