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"Não é adorável ficar sozinho?"

"Coração feito de vidro, minha mente de pedra"

"Rasgue-me em pedaços, pele e osso"

"Olá, bem-vindo ao lar."

"

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Frio, todos os dias, sempre que eu acordava, eu sentia o frio da manhã. No começo, a escolha de vir morar em Vancouver parecia ser uma boa opção, mas, durante minha vida inteira me diziam que sempre havia um bom motivo para acordar. Mas, ultimamente tenho sentido que minha vida não há mais sentido, afinal, qual é o sentido da vida? Todos sempre me diziam:

"Você vai crescer, irá se profissionalizar, casar e ter filhos."

Claro, eu queria ser algo na vida. Mas, ao meu ponto de vista, para ser algo na vida, eu preciso saber quem realmente eu sou.

Meu nome é Maya Mendes, tenho 17 anos e vim de uma família que sempre passou dificuldades no Brasil. Fui criada por uma mãe solteira da qual tenho muito orgulho, que sempre lutou para que eu pudesse ter um ótimo futuro. Minha mãe, Helena Mendes, ficou sozinha quando descobriu que estava grávida de mim, meus avós não aceitaram que a única filha prestes a começar a faculdade de medicina havia engravidado e seria mãe solteira.

Eles a abandonaram a própria sorte com uma criança no ventre, deixando apenas uma pequena quantia de dinheiro para ela se sustentar. Minha mãe precisou largar a faculdade de medicina para me ter e porque ela não poderia bancar a faculdade sozinha. E quando eu nasci, ela decidiu lutar por mim, e foi assim que sua luta começou, com uma criança e sozinha no mundo. Minha mãe trabalhava em uma casa de um casal de idosos (com ótimas condições financeiras) de faxineira para nos sustentar, quando eu tinha 1 ano, ela conseguiu uma bolsa em uma faculdade e decidiu cursar advocacia.

E foi a partir deste momento que nossas vidas começaram a mudar. Ela se dedicou aos estudos, mas nunca abriu mão das suas obrigações como mãe. E logo depois de terminar o curso, ela conseguiu fazer a prova da OAB onde passou em segundo lugar, e foi assim que ela se tornou uma das advogadas mais requisitadas do Brasil.

Nós morávamos em São Paulo, mas desde os meus 7 anos que viemos morar em Vancouver, Canadá. Mesmo que meus avós tivessem abandonado minha mãe, ela sempre contava histórias sobre sua infância e o quanto eles a amavam. Graças a minha mãe, eu sempre tive a melhor educação, inclusive, ela me ensinou inglês e espanhol.

Saio dos meus pensamentos quando escuto um barulho no andar de baixo da casa, indicando que era hora de acordar. Me levantei da cama sentindo o chão gelado em meus pés, arrumo minha cama e depois vou até o banheiro onde faço minha higiene matinal, e logo em seguida, tomei um bom banho quente. Volto para o quarto de roupão e visto a roupa que havia deixado arrumado no da anterior. Minha escola é um pouco tradicional, mas com algumas "exceções" como o uso de roupas normais mas sob alguns tipos de regras. Por isso, vesti um moletom largo preto, uma calça skinny também preta, calço minhas adoráveis botas pretas de cano curto. Deixo meus cabelos castanhos soltos, passo apenas um gloss em meus lábios avermelhados.

Sob os Olhos do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora