Eva

Corria pela boca miúda alguns boatos de que dona Eva tinha envolvimento com magia, bruxarias, despachos e demais coisas que os vizinhos não compreendiam por puro medo. Em suas buscas, Maria ouviu dizer até que a velha senhora criava um corvo de estimação. Um dia, dona Eva fitou por tempo demais os olhos da jovem e elas enfim se reconheceram, conversaram durante a noite inteira, riram e choraram juntas como se fossem grandes amigas. No início da manhã, Maria se levantou para ir embora e levou dona Eva consigo. Só o corpo velho ficou pra trás, rodeado por plantas sagradas e banhos de cheiro, à mercê do diz-que-me-diz.