Capítulo Único

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     Era um pouco ofensivo como Bucky se dava melhor com o futuro que Steve, que estava acordado há mais tempo. Não que Steve estivesse surpreso, quando saíra do gelo pensava o tempo todo como seu amigo lidaria muito melhor com as mudanças e a tecnologia moderna que ele. Enquanto Steve tentava entender a diferença entre DVD e BluRay, Barnes já havia se adaptado à moda atual e fazia milhares de playlists esquisitas.

     Dividir um piso inteiro na base dos Vingadores significava encontrar Bucky fazendo algo estranho quase sempre. Às vezes, quando Rogers voltava de alguma missão, era recebido com música alta e a sala estava uma zona por causa de qualquer atividade que seu colega resolvesse tentar.

     Quando saíra pela manhã para correr com Sam, como de costume, Bucky ainda estava dormindo em seu quarto. Ao voltar, uma música desconhecida tocava na sala e o cheiro de bacon pairava pelo ar. Dava para ouvir Bucky cantando junto com a cantora da cozinha.

     — I can make your dick stand up like statue of liberty once we fuck, so hard!

     Steve arregalou os olhos, assustado com a letra. Não que Bucky não ouvisse músicas como aquela com frequência, porém não deixava de se chocar com coisas tão explícitas. Seguiu na direção da cozinha tentando não fazer barulho, por mais que ainda não soubesse o que o aguardava.

     — Tap the head of the dick, duck, duck, duck, goose! – Bucky cantava, pontuando cada palavra com uma requebrada de quadril.

     O moreno largou o cabo da frigideira para dançar, jogando a cabeça para o lado, o cabelo voando como um comercial de shampoo, e apoiando uma mão em um dos joelhos. Steve não fazia ideia de que o corpo humano era capaz de mover as partes que Bucky estava movendo e certamente não esperava achar aquilo tão... atraente?

     Claro que desde sempre seu amigo dançara bem, mas até danças modernas? Onde Bucky aprendera tais passos?

     Peter. Com certeza.

     Não sabia se deveria agradecer ou insultar o adolescente.

     Estava levemente hipnotizado pelo modo como Bucky rebolava o quadril e tremia as pernas, era difícil desviar, mesmo com a consciência de que ele viraria a qualquer momento e flagaria Steve o encarando. Era surpreendente que Barnes não tivesse percebido uma segunda presença ainda, estava ficando muito relaxado para um assassino profissional.

     Ele continuou a cozinhar, ainda dançando como conseguia. Serviu o bacon da frigideira em dois pratos e se virou antes que Steve pudesse se recuperar e fingir que havia acabado de chegar.

     — Bom dia. – Bucky disse sem parecer envergonhado ou ao menos estar se importando com Steve ali.

     — Bom dia? – o loiro franziu a testa. – Quem te ensinou a dançar?

     — Peter. – deu de ombros. – Suco de laranja ou café?

     Honestamente? Vodka ou whisky naquele momento. Ou qualquer coisa que Thor pudesse oferecer que o deixasse bêbado e acalmasse seus hormônios. Ou não.

     — Café. – respondeu.

     Sentaram-se e tomaram o café da manhã em silêncio. Bucky tinha um olhar como se desafiasse Steve a dizer algo sobre o que havia visto, mas o loiro se segurou até sair do banho, meia hora depois.

     Barnes estava sentado no sofá, mexendo em seu celular.

     — Essa cantora tem músicas ótimas. – ele comentou, atraindo a atenção de Steve.

    — É? – será que aquilo era preocupante?

     — Tem uma que me define quando você volta das suas corridas ou quando te vejo lutando com aliens pela TV. Ou só te ver em geral.

Mouth Wide Open || StuckyWhere stories live. Discover now