Capítulo único.

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Oh, as estrelas. Algo tão complexamente científico, porém extremamente poético. Corpos celestes que têm luz própria. Esferas gigantes compostas de gases que produzem reações nucleares, mas, graças à gravidade, podem se manter vivas por bilhões e trilhões de anos. Isso mesmo! Vivas. Estrelas também possuem um ciclo. Elas nascem, crescem e acabam por morrer.

Você já olhou para o céu e se perdeu contando as estrelas? É frustrante, mas, devo lhe informar que já fizeram isso. Parece ser inacreditável saber que alguém conseguiu concluir quantas estrelas existem. Um número estimado de quantas delas há lá em cima, tanto as que enxergamos quanto as que não podemos ver. É impossível afirmar com precisão um número de estrelas. Na verdade, é impossível sequer afirmar se há, de fato, um número, afinal, se a tese de que o universo é infinito estiver correta, necessariamente há a possibilidade de infinitos corpos celestes.

Contudo, há entre os cientistas um consenso em relação à quantidade de estrelas potencialmente observáveis: seriam dez sextilhões delas - ou, se preferir, 10.000.000.000.000.000.000.000 estrelas. São muitas, eu sei. Mas dessa vez, iremos falar sobre a história de em especial, duas estrelas, que tiveram seus caminhos cruzados em um único lugar.

Sejam todos muito mais do que bem-vindos à Busan, a famosa cidade das mais graciosas cerejeiras.

Observando o céu, e sentado no parapeito da janela do oitavo andar está nossa primeira estrela. Kim Taehyung.

Kim quer dizer "ouro" e Taehyung significa "todos os desejos que se realizam". Isso te lembra de algo? Não? Deixe-me refrescar a sua memória. Sabe daquela tradição, um tanto boba, porém marcante, que nossos pais nos ensinam de que 'se você fizer um pedido a uma estrela cadente, tal será realizado'? Agora a conexão entre o nome e essas estrelas, fazem sentido, certo? Na verdade chega a ser ironicamente coincidente como seu nome pôde combinar tanto assim com o seu ser.

Taehyung é uma estrela cadente e isso não pode ser negado.

- Eu sei o que deve estar pensando. - O moreno disse cortando o silêncio, sem tirar seus olhos atentos do céu.

- Sabe? - O amigo perguntou com receio, vendo o outro assentir com a cabeça. - E o que é, espertinho?

- Como eu devo parecer patético agora. - Abaixou o olhar.

- Está sentado no parapeito da janela do oitavo andar observando o céu, enquanto bebe um copo de uísque barato. - Ironizou após analisar a situação do amigo. - Isso não é patético, Taehyung. É no mínimo melancólico e extremamente clichê. - Falou descruzando os braços arrancando uma risada sem humor de Kim.

- O que seria de mim sem você, hyung? - Perguntou debochado, olhando para o Min de soslaio.

- Provavelmente já teria pulado dessa janela... - O loiro falou, puxando o braço do Kim com força o obrigando a ficar em pé. -... Ou entrado em um coma alcoólico. - Completou, roubando o copo de sua mão e jogando o líquido nas plantas do apartamento do amigo.

- Você vai matar as minhas plantas. - Comentou, por mais que não se importasse nem um pouco com isso no momento.

- Antes elas, do que você. - Respondeu rígido, segurando os ombros do mais novo, obrigando que o mesmo ficasse com a postura ereta. - Uau, você está horrível! - Exclamou sincero, observando melhor o rosto do garoto parado a sua frente.

Assim como as estrelas e seu brilho exclusivo, Taehyung sempre foi conhecido por ter uma beleza excepcional. Traços únicos e bonitos - pelo menos, é isso que seus amigos lhe dizem. Alto, magro, pele clara, porém bronzeada, rosto pequeno e queixo fino, nariz e lábios perfeitamente desenhados e olhos marcantes. Aparência que combinava perfeitamente com seu ótimo bom humor. Era praticamente impossível vê-lo abalado, sempre matinha no rosto um belo sorriso - que era mais um de seus charmes por ser de um formato adoravelmente quadrangular.

I can't see the stars (kth + pjm)Where stories live. Discover now