1. Todos os meus porquês.

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A primeira coisa que ela pensa quando a gosma da felicidade finalmente é colocada para fora é: O que que eu fiz?

Lizzie está apertando os braços a sua volta, feliz por recuperar a irmã. Hope está logo atrás, observando a cena sem reclamar por quase ter sido agredida por uma Josie possessa e seu desejo de machucá-la. Em seguida, há Penelope no chão, segurando a barriga como se a queda tivesse machucado muito.

Ela diz a si mesma que não se importa, que aquela dor provavelmente estava muito longe do chute emocional que levou meses atrás, mas a verdade é que ela não é a pessoa que pode fingir não se importar.

Seu coração é tolo, sua mente é fraca e sua alma é feita de empatia. Ela é a pessoa que está lá para outras pessoas, que vai ouvir as dores e ajudar a cicatrizar as feridas quando precisarem, porque essa era a pessoa que ela deveria ser. É a pessoa que ela é.

Dói em sua alma recusar a visão de Penelope no chão, mas ela o faz. Sua irmã precisava dela agora. A irmã que a salvou; A única pessoa do mundo que nunca iria abandoná-la.

Envolvendo os braços envolta dos ombros de Lizzie, Josie fecha os olhos. Ela escuta Alaric e MG correrem para o socorro de Penelope, mas seus pés continuam firmes no chão.

Ela não é essa pessoa, mas às vezes ela queria ser.

O show de talentos foi um sucesso.

Pelas próximas quatro horas, todos se prestaram a fazer algumas limpezas básicas no cenário para apagar as marcas das lesmas do chão e paredes, mais aliviados por se livrarem do parasita do que infelizes com a faxina em si. É rápido. Com um pouco de magia aqui, outra velocidade sobrenatural ali, o lugar ficou limpo, correndo com o resto das apresentações e terminando com uma Josie muito orgulhosa no centro do palco.

A partir daí, são lapsos de memórias. Em algum momento, a maior parte dos professores se foi e apenas um grupo ou dois de muitos (muitos) alunos restaram.

Ela viu Hope revirar os olhos enquanto seu namorado lembrava o quão amável ela tinha sido com todos, viu MG fingir que não ficou alegre demais com alguns confetes e um monte de outras pessoas rindo pelas coisas insanas que fizeram durante o dia. Os murmúrios não cessam nem diminuem. Ninguém consegue parar o sentimento de adrenalina que o bichinho da felicidade dourada lhes fez sentir, ainda empolgados com a energia coçando na pele.

- E você, Josie? O que você fez? - Quem diz é Landon. Ele parece genuinamente interessado em mudar de assunto antes que Hope pudesse perder os olhos atrás da cabeça de tanto revirar eles.

Josie tira a sua atenção dos grupos aleatórios parados no saguão e força um sorriso.

- Sorrindo e fazendo coisas idiotas... Apenas como todos os outros. - Ela dá ombros, sentindo seu sorriso oscilar um pouco nos lábios.

Seu outro eu não teria medo de machucar um amigo, decepcionar uma irmã e entregar seu coração estúpido para a única pessoa com a tendência de quebrar ele. Seu outro eu era estúpido, imprevisível e fútil de um jeito que ela se negou a ser toda a sua vida.
Seu coração cai.

Talvez, apenas talvez, ela estivesse com medo do que isso poderia significar.

Significa que ela é uma pessoa ruim.

Às duas da manhã, sua mente se nega a parar de girar, impedindo ela de manter as pálpebras fechadas por mais de dois minutos. Ela refaz toda a noite em sua cabeça e cada replay é pior, mais vergonhoso e desonrado do que o outro.

Not for us [posie]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora