Consequências de Uma Aposta

Capítulo 01

Isabella

O relógio desperta às 5:30hs levanto rápido, tomo meu banho e visto o uniforme da escola, estudo no centro de São Paulo no Colégio St. Francisco College, é uma escola internacional Integrada, aonde estudamos de tudo um pouco, vários idiomas, principalmente por ter filhos de diplomatas como principais alunos.
É uma escola extremamente cara, só a matrícula custa 10 mil reais. Mas sou bolsista, não pago nada por ter e manter boas notas.
Antes estudava no colégio Vienna com meu irmãos mais velhos, Carlos e Manoela.
Ah sim que falta de educação a minha, me chamo Isabella Aline Monteiro tenho 16 anos e estou no último ano do ensino médio.
Meu irmão Carlos tem 20 anos e está no primeiro ano do curso de Medicina da USP já Manoela tem 18 anos e está no último ano do ensino médio, ela estava no Vienna até metade deste ano, mas implicou muito com meu pai para estudar na mesma escola que eu estudo.
E mesmo sem condições meu pai está pagando a mensalidade de quase 7 mil reais para a manter ali, mesmo ela caminhando para reprovar mais uma vez.
Eu moro com meu pai e meus irmãos, minha mãe Ana Lúcia faleceu no dia do meu nascimento, por isto as coisas não são nenhum pouco fáceis para mim.

Termino de me arrumar e vou para a cozinha, preparo o café da manhã, faço suco de laranja para Manoela, torrada com geleia e café com leite para Carlos, já para meu pai preparo o café puro e dois pães com manteiga.
Deixo a mesa pronta, e Marli a empregada da casa me entrega um pacote com pão com manteiga, uma maçã e uma caixinha de Toddynho, enfio rápido na mochila quando escuto passos na escada.

Fico em pé do lado oposto da mesa esperando todos sentarem.

- Bom dia Marli, meu pai sorri e a cumprimenta.

- Preparou tudo para o café? Ele pergunta sem me olhar ou falar meu nome, mas sei que é para mim.

- Sim senhor.. respondi baixo.. não quero que ele se irrite e jogue algo em mim, como já aconteceu outras vezes.

Meu pai de chama Sérgio Gonçalves Monteiro, é um cirurgião Geral do Hospital Albert Einstein, também faz plantão no Sírio libanês, se não fosse o vício por jogos de azar teria a condição financeira estável, mas além das apostas também tem a bebida, e isto o consome.
Cresci ouvindo seus chingos, ou sendo chamada de assassina.
Quando não é meu pai, são meus irmãos que me tratam assim. Em casa eu só converso com a Marli ela sempre cuidou de mim como uma mãe.

Carlos me observa e pisca para mim, não sei o porquê de uns meses para cá ele vem tentando ser legal, até me pediu desculpas pela forma que me tratava, falou que na faculdade está aprendendo sobre partos, e que a culpa da morte da minha mãe não foi minha.
Não consigo confiar nele, pode até ser verdade mas eu tenho medo, tenho uma cicatriz na mão e outra atrás da orelha de uma das vezes que me jogou da escada, estas são minhas lembranças do porque não confiar em meus irmãos.
Quando o vejo piscar, desvio o olhar para a parede, não o olhei mais, mas Marli me olha de um jeito triste, como se eu estivesse fazendo algo errado.

Abaixo a cabeça e fico olhando meus pés.
Meu sapato social está impecável, é preciso para poder estudar alí.

Meu pai se levanta e entrega uma quantia em dinheiro para Marli, passa por mim sem me olhar e sai da cozinha.
Meus irmãos saem logo atrás, eu poderei comer agora sem eles a mesa mas tenho de ir para escola, são 1:30hs de ônibus.
Marli me dá o dinheiro do ônibus, por isto meu pai deu o dinheiro para ela, é o valor de recarregar o bilhete único. A renda do meu pai não me ajuda a ter o passe livre.
Dou um beijo em Marli e corro para o ponto de ônibus.

Quando estou chegando no ponto, vejo meu Carlos encostando o carro, olho para o carro e ando mais rápido.

- Isa.. espera vou te deixar na escola.