Capítulo Único

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Eles não precisavam dizer bom dia, eles precisavam apenas se olhar e sorrir. Acordar um ao lado do outro era sempre um momento tão especial para eles, era como se o tempo ou o resto do mundo fosse inexistente. Mãos e braços se tocando, as pernas entrelaçadas, cabelos espalhados, eles eram uma verdadeira bagunça todos os dias ao acordarem, mas aquilo não importava para eles, era tão bom acordar e ver que o outro ainda estava ali.

A cabeça de Pietro apoiada ao tronco de Clint, para ele era tão confortável aquela sensação de estar entre os braços dele. Era tão confortável acordar e sentir a mão do mais velho levemente apoiada em seu cabelo, na mesma posição que eles dormiam quase todos os dias, com Clint fazendo um leve cafuné nos cabelos pintados do Maximoff.

Os olhos azuis nublados de Clint ao se abrirem podiam admirar os olhos azuis radiantes de Pietro o encarando de forma feliz, e por mais que ele sempre estivesse mau humorado ao acordar, ver aquele sorriso a sua frente sempre o deixava melhor.

Pietro puxava as cobertas e cobria a sua cabeça, tentando tampar o sol que entrava da enorme porta que dava para a varanda do quarto, ou tentava esconder seu rosto contra o peito de Clint, jogando o peso de seu corpo contra o do arqueiro, que soltava um breve sorriso em direção a toda aquela preguiça.

Pietro realmente parecia uma pilha de preguiça ao acordar, mas ele sempre estava de bom humor, o que contagiava todos os que o vissem de manhã, principalmente Clint, que todos os dias ao acordar agradecia a qualquer deus que tivesse no comando das coisas por ter colocado o rapaz ao seu lado.

Logo a preguiça parecia finalmente ceder, e Pietro sorria, destampando o seu rosto e mostrando o mais belo sorriso que podia ser visto. Ele se apoiava na cama para olha fixamente para Clint, mas logo desabava novamente em cima do homem, que soltava breves risadas antes de começar a fazer um cafuné no rapaz.

Finalmente Pietro tinha forças para tirar seu rosto do peitoral do loiro, e de olhos fechados ele vagarosamente descia sua cabeça de encontro a de Clint, para que seus lábios levemente se tocassem. As vezes eles só enconstavam os lábios um contra o outro, as vezes saia um leve barulho de estalo antes dos olhos voltarem a se encontrar e eles sorrirem, e só depois de toda essa enrolação e preguiça que as primeiras tentativas de falar alguma coisa surgiam.

As vozes roucas e falhas de quem havia acordado há pouco tempo sussurravam bom dias ou simplesmente reclamavam que o outro estava com bafo. As frases sempre eram terminadas por apelidos carinhosos, geralmente inventados por Pietro, e Clint achava tudo aquilo extremamente fofo. Ele também achava fofo como o garoto mesmo despencando de sono ainda mantinha um sorriso com dentes tortinhos e brancos no rosto, formando pequenas ruginhas no canto dos olhos que estava m quase tapados pelo cabelo branco que definitivamente precisava ser cortado, por mais que os dois não quisessem.

Pietro achava fofo como Clint ficava o olhando com cara de bobo, principalmente quando ele sorria e o homem sorria de volta, mostrando um sorriso perfeito, mesmo que ele nunca tenho usado aparelho dental. Ele achava fofo como aquele homem formado fazia bico pedindo mais um beijo de bom dia, e Pietro recusava enquanto eles não escovassem os dentes, mas ele sempre acabava dando mais um beijo no loiro carente.

Eles ficavam longos momentos abraçados e falando, ainda devagar e com a voz cortada, sobre qualquer coisa que viesse na cabeça deles. Eram momentos como aqueles que mostravam a eles que a verdadeira intimidade era a conversa. As vezes Clint elogiava o corpo de Pietro apenas para ver o rapaz mais alto que ele corar e tampar a cara com uma almofada, logo desferindo um tapa no seu braço e chamando ele de cortador de clima.

Era tudo tão encantador naquele momento e naquelas conversas, era o que trazia intimidade para eles. Eles amavam os momentos de luxúria, mas eram momentos inocentes como aqueles que permitiam que eles se conhecessem cada vez melhor, e com certeza eles valorizavam cada coisa que viesse do outro.

Era nessas conversas abafadas por travesseiros e predominadas por vozes roucas e preguiçosas que eles se conheciam melhor, e quanto mais eles conheciam, mais eles se apegavam fortemente por cada pequeno e singelo detalhe do outro, era como se a cada dia eles pudessem se apaixonar mais ainda um pelo outro, e aquilo fortalecia os vínculos que eles haviam criados por eles. Eles se amavam mais a cada dia que estavam juntos.

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⏰ Last updated: Jun 24, 2019 ⏰

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- 𝘱𝘪𝘭𝘭𝘰𝘸𝘵𝘢𝘭𝘬! 𝐂𝐥𝐢𝐞𝐭𝐫𝐨.Where stories live. Discover now