01|| fire

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O tique-taque do pisca alerta o irritava.

Mas o que poderia fazer? Estava estacionado em uma vaga temporária e a droga de barulho insistente era necessária para não levar uma multa e ter o carro apreendido. 

Se mexeu, desconfortável, no banco de couro e observou as gotas pesadas que despencavam do céu nublado e escuro. A chuva caía rapidamente, lavava o para-brisas do carro e parecia amassar a lataria preta. 

Com um movimento de mão, Hoseok girou o isqueiro pequeno e pesado, abrindo-o e despertando a chama alaranjada e quente por um tempo. Olhou para frente novamente e conseguiu ver sua imagem parcial. O fogo refletia-o brilhantemente. 

Apagou o isqueiro e tampou-o, novamente iniciando uma série de giros coordenados. Encarou a mão que repousava em seu colo e observou pela milésima vez o maço entre seus dedos. Estava praticamente cheio, afinal, só fumava quando estava com a cabeça cheia e queria extravasar um pouco.

Avaliou mais uma vez se devia ou não fazer aquilo, ninguém iria se importar mesmo, e afinal, tristeza é pior do que estar numa situação estressante, e isso ele poderia provar apenas pelo desastre em que se encontrava.

Levou o tabaco até a boca e prendeu-o entre os lábios finos. Usou a canhota para proteger a chama de qualquer vento possível que poderia atrapalhar e a outra mão fez o mecanismo do ascendedor metálico funcionar, despertando a chama mais uma vez. 

Hesitou por alguns instantes.

Demorou até finalmente queimar o papel; pareceu esperar para que algo acontecesse.

Mas nada aconteceu.

Ninguém apareceu.

E foi enquanto sentia a dor lhe queimar o âmago, o sentimento de culpa se apossar da alma desolada, apertando o peito ao ponto de sentir que iria enfartar a qualquer instante, tragou o cigarro carregado de entorpecentes e produtos químicos que o fariam se distrair por um tempo.

Se distrair do único pensamento que lhe sondava a mente.

Ninguém havia aparecido. Ninguém havia o impedido de levar a droga até a boca. Ninguém havia o confortado dizendo que não tinha necessidade alguma de se encher de substâncias apenas para ficar chapado e esquecer um pouco de sua merda de vida.

Mas ele sabia que merecia, afinal, o erro fora seu.

Sempre seria seu. 

🎶🌌

[48 horas antes]
Seoul, South Korea
Casa do Minho
2:48 am

— Oh...

A voz ligeiramente grossa soou no ambiente, tendo um gemido alto como único ruído possibilitado de deixar a garganta do garoto de cabelos castanhos. O mesmo que sentia todas as cordas vocais arderem em uma queimação que sabia que mais tarde o lembraria do prazer imenso que sentia naquele instante.

A forma como seu corpo era impulsionado a cada estocada levando-o a ter de se apoiar na cabeceira de madeira, a dor latejante que corria por sua nuca devido à força que seus fios de cabelo eram puxados e apertados. Conseguia sentir cada encoxada forte que fazia com que poucas lágrimas rolassem em seu rosto esculpido à medida que sentia sua próstata ser surrada com uma precisão absurda pelos quadris alheios impressionantemente ágeis, o ardor nas nádegas que se encontravam vermelhas quase pegando fogo, e contrastavam com a pele clara, tal como os chupões em seu pescoço, local este que recebia mordidas e lambidas a todo instante dadas pelo homem de cabelos negros atrás de si, indo até a clavícula delineada e voltando ao que uma das mãos agora agarrava com força, semelhante à cintura que era envolta pelo outro braço, sendo segurado apenas para que não desabasse no colchão macio.

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⏰ पिछला अद्यतन: Jan 15, 2021 ⏰

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