A destruição depressiva

Nada nunca é falado, o sentimento é sentido. Apenas isso..

- Amor..

- Sim?..

- Você ainda me ama?

- Por que isso agora?

- Você não respondeu..

- Eu só não entendo o por que disso..

- Você sabe.. ultimamente anda tudo meio estranho, a gente anda distante..

- Eu não posso fazer nada a respeito disso. Isso tudo foi escolha sua.

- Eu não posso simplesmente largar tudo e ligar o foda-se como se eu tivesse alguma opção a mais.

- Você se deprecia demais amor.

- Mas eu não sinto que consigo.

- As vezes eu sinto que estou tendo um infarto, mas não estou.

- É diferente..

- Eu não sei como continuar ou melhorar.

- Com esse pensamento você acha que consegue?

- Não..

- Então para com isso, você tem que acreditar em você mesma.

- Sim.. vou tentar.

Mais um dia se passou.. e outro.. e outro. Os dias passaram rápido, as lembranças iam se apagando cada vez mais. Nada fazia sentido, nada causava uma emoção, nada parecia valer a pena. Tudo tão.. metódico. Meses pareciam apenas minutos, era estranho olhar no calendário e ver que se passou tanto tempo e nada mudou.

Aquela rotina já não fazia mais diferença, aqueles programas incentivavam, mas seu próprio eu a desmotivava, uma sem futuro querendo ser alguém. Uma perdida tentando fazer um caminho inexistente.

Do outro lado, alguém experiente e confiante, muitos anos vividos, mas tudo não passava de uma mascara, uma mascara que fazia com que todos vissem apenas os detalhes perfeitos. O coração sem sentimentos, a mente imunda e um único interesse sujo.

Algo em comum, a sujeira da mente era mascarada de forma que ambos pareciam perfeitos um para o outro. Um interesse de um lado e do outro lado. Sem sentimentos ou afeto. Apenas interesses e comodidade, palavras bonitas ditas em vão. Sentimentos amargos que deixariam qualquer pessoa receosa.

A forma humana disfarçava o monstro que á consumia, o sorriso disfarçava a dor e o desespero nos olhos, as lágrimas presas doíam na garganta. O silêncio e o barulho pareciam a mesma coisa.