Seus últimos suspiros sopravam pequenas canções de natal sobre alguns lugares remotos. Mas na maior parte o que se ouvia era uma musica regida pelos sons infinitos das explosões e de gritos intensos.
Não era apenas mais um fim de ano, e sim, também o fim de uma década.
E todos sabiam o que isso significava. Exatamente aqui onde a história se inicia.
O ano de 1918 se ia lentamente. O fim de uma era se aproximava. Sua última taça havia sido lançada. Era como um jogo de xadrez. Peças sendo movidas milimetricamente, analisando com exatidão e sentindo a pulsação do planeta, como se o estivesse testando. [...]
Orion se assentou na sala principal enquanto aguardava a chegada de seus dois paládios. Suas orientações seriam precisas para o que haveria de acontecer.
A sala se encontrava esculpida dentro de uma enorme montanha próxima ao ártico. O lugar perfeito para observar a mudança na atmosfera. A entrada de ar pelas bifurcações permitiam que Orion, mesmo sem se expor, conseguisse sentir os efeitos de suas ações sendo alcançado.
Uma extensa e pesada porta de madeira separava os cômodos entre o vasto espaço que existia naquele lugar. As paredes úmidas e gélidas faziam contrastes entre tantas lareiras espalhadas em cada canto. Aquele lugar parecia não ter fim. Como se expandisse sozinho ao passar do tempo.
O olhar concentrado e a expressão totalmente inerte. Suas sobrancelhas rígidas deixavam seu rosto inóspito, nem um sinal de gentileza podia se arrancar dele. Uma figura alta e assustadora. O corpo de Orion parecia ser feito de um tipo de metal denso e firme. Quando o silêncio pairava dava para se ouvir o som de seus passos martelando sobre o piso maciço. A longa espada, que era o símbolo máximo de sua descendência quase riscava o chão. Fora herdada de seu tataravo, forjada dentro do mar de fogo nas primeiras eternidades. Mesmo para alguém com toda sua capacidade testada, a espada ainda era algo a ser considerado. Eram raros os que conseguiam empunha-lá com perfeito equilíbrio. Até mesmo o próprio Orion não podia dominar toda sua habilidade. Algo realmente grandioso. Ainda assim, em momento nenhum ela descansava de suas costas, refletindo toda a luz a sua volta.
Um ritual sagrado se aproximava. A cada dez anos uma nova era deveria ser iniciada. Essa sempre foi uma regra incontestável.
E ali estava ele, preparando o fim para o recomeço.
Um ciclo novo deixava ser anunciado de relance. [...]
Pouco a pouco os visitantes esperados enchiam o salão principal. Nenhum deles ousariam chegar depois do tempo. Eles sabiam o que isso significava. Era algo imperdoável. A fama prescindia Orion.
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Senhor Do Tempo
General FictionE se o que aconteceu na história da humanidade até hoje teve uma interferência direta. E se o tempo conhecido por nós fosse, na realidade, entidades que interferem no dia a dia, em busca de um propósito maior, totalmente desconhecido pelos humanos.
