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     Um mês havia passado depois do primeiro domingo que toda a turma esteve reunida na Mansão Chantal.

     Naquele dia, no caminho de volta pra casa, Malik não cansou de falar para os demais ocupantes do carro dos Kazuaki, o quanto que tinha adorado o dia e a companhia de todos. Carlinhos só pra implicar com o novo amigo disse:

     _ Por que você não admite que o dia só foi bom por que você pôde ficar o dia todo olhando para o C. Neto?

     Malik travou e olhou pro amigo. Japa arregalou os olhos e disse...

     _ O que você tá sabendo que a gente no tá, Carlinhos?

     _ Ele não tá sabendo de nada. Até porque nunca disse nada pra ele sobre qualquer pessoa. Tô mentindo, Luiz Carlos? E Malik fechou a cara.

     _ Então você não tá interessado no C. Neto, Malik? Perguntou Marina.

     _ Não achou ele um gatinho, não? Saori emendou antes do garoto falar...

     _ Olha, senhoras... Eu sinto muito, mais eu sou 100% Hétero.  Quero deixar bem claro que nada tenho contra quem é gay, ou qualquer outra letra dessas siglas que aparecem por aí de vez em quando. Não esqueçam que eu tenho um pai gay, e ser preconceituoso seria muito louco, né? Eu só achei e acho ele um cara bem legal, divertido e que tem um papo interessante... E que apesar da gente estudar no mesmo Colégio, e na mesma sala, eu reconheço que perdi muito tempo em me aproximar dele e desses dois aqui como amigo. 

     _ Se saiu bem, Malik. Isao sorriu e deu dois tapinhas no ombro do novo amigo... _ Não precisa tanta explicação, certo? Até por que as coisas sempre mudam. Mãe, o que a vovó Chantal sempre diz mesmo?

     _ Que tudo que está sob o sol um dia termina mudando.

     _ E pode apostar que muda mesmo, Malik. Falou Marina... _ D. Chantal tem muita experiência e sempre tá certa quando faz suas colocações.

     O garoto foi deixado em frente ao Condomínio onde morava, deu boa noite a todos e entrou. Assim que ele chegou foi logo fechando a porta do belo apartamento,  e seu celular chamou. Ao olhar o visor, viu o nome do pai...

     _ Fala, pai.

     * Oi, meu filhote. Como estão as coisas por aí?

     _ Tudo normal, velho. Quando você volta mesmo?

     * Isso tudo é saudade, é?

     _ Tô sentindo sua falta, pai. Em qual das Cidades/Estados você tá agora?

     * Em Cameron. Nós temos 10 lojas aqui e se tudo der certo, eu estarei de volta na quarta-feira à tarde. Aguenta firme, campeão e quando você menos esperara estarei de volta.

     _ Bom saber. Até agora tá dando tudo certo nessa droga de viagem?

     * Feito relógio Suíço. Graças a Deus as equipes são muito bem treinadas e o trabalho flui sem maiores contratempos. Agora sua vez de me responder uma coisa...

     _ Manda, pai.

     * Achei você meio pra baixo. Tá com algum problema, filho?

     E agora? O que eu ia dizer pro velho? Como que ele notou que eu tava diferente? Respirei fundo e ele voltou a falar...

     * Filho? Malik eu...

     _ Eu acho que tô apaixonado, pai.

     * Sério? E isso não é algo bom, não? Quem é a sortuda, e onde você a conheceu?

Ponto de Fusão  - Romance GayWhere stories live. Discover now