Lar

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OI!!! EU ESTOU MUITO FELIZ DE ESTAR POSTANDO UMA INOTAN FLUFFY DIABÉTICA.

Espero que vocês gostem. Esta, na verdade, é uma prévia da minha longfic inotan (e ABO) "Inochi no namae", mostrando a relação deles depois de trancos e barrancos juntos.

Inosuke sentindo falta da fonte de amor e vitamina C? Este é o conceito.

A arte da capa não me pertence, mas sim à artista de nome (YUUDAMARI), que vocês podem encontrar no tumblr. Recomendo, inclusive; vários inotans pimposos por lá.

É isto, boa leitura, doces!


Os pés pequenos e descalços se arrastavam pelo soalho escuro da casa solitária, irrequietos.

Inosuke cruzava os braços ainda andando em círculos, saía e atormentava os peixes que ficavam em um pequeno lago - na também pequena - ponte na entrada da casa e se deitava embaixo da kotatsu onde faziam refeição. Aquilo lhe fazia lembrar de Tanjiro, fazia seus olhos marejarem de saudade, e aquele não era o intuito, era justamente o contrário. Menos de dez minutos depois de se deitar: levantou e continuou a perambular pela casa. Tentou praticar kendo, mas também não havia graça sem Kentaro.

Então, entrou novamente e sentou no sofá. Sentiu o cheiro de Tontaro e pulou do estofado como se houvesse fogo em seu traseiro. Sem Tanjiro, também não haviam papeladas para que ele pudesse lidar, nem para se distrair. Quarto, então. Deveria haver algo lá que o distraísse. Mas, não. Não tinha. Ele fechou as janelas pesadas, pois nevava, e a neve era cruel com um ômega que não pode alcançar o braço de seu alfa pra se aquecer. Quando saía bufando do quarto deles, passou pelo espelho enorme, e hesitou em olhar.

Mas o fez.

Primeiro ficou parado, se observando imóvel como um perfeito bocó faria. Depois segurou o cabelo longo em um rabinho, se virando e analisando seu perfil de torso musculoso desnudo. Levantou a perna e ousou se empinar sutilmente, sua mão livre pousando na cintura em uma pose que, Inosuke jurava, era sexy em sua mente. Ele se perguntou qual versão sua era a favorita de Tanjiro.

Riu-se sozinho, porque aquele alfa, esquisito como era, provavelmente amava cada pedaço explosivo e traumatizado que é o ex Hashibira. Realmente estranho.

Tão estranho que conseguiu fazer o ômega dedicar aquele olhar ao espelho. Um olhar que anteriormente só dava ao Kamado, do qual aprendera, gradativa e imperceptivelmente, admirar e se orgulhar. Um olhar de aprovação e carinho. Era amor próprio, após sobreviver ao inferno e aprender a odiar tudo de si, como seu pai ensinou.

Perceber a satisfação com que olhava para si mesmo no espelho, estando sob aquele olhar, sendo ele quem dava e quem o recebia... Era como ser aceito e querido pela pessoa mais importante de sua vida - ele mesmo. Era como estar sob uma chuva gentil e aconchegante.

Relaxou os braços e deixou-os caídos, entornou a cabeça pra direita, de olhos marejados, se abraçou levemente. Não estando acostumado à nada daquilo. E sentia tanta falta dele. Queria agradecê-lo tanto, tanto, mas ainda não saberia pôr em palavras sobre o quê exatamente.

Talvez devesse agradecer pela liberdade que ele o dava e jamais teve. Talvez por ser paciente e ter gostado de si enquanto estava perdido. Ou ainda seria por ele ser um santo extremamente gentil, que às vezes falava consigo como se fosse uma criança sapeca e que precisasse de cuidado, lhe elogiava e fazia questão de ressaltar cada coisa bem feita que o azulado fazia, deixando-o bobo e felizinho, admitia.

Da ponta dos dedos médiosDove le storie prendono vita. Scoprilo ora