Ponto de Fusão - Romance Gay

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     Como já sabem, antes mesmo da música terminar eu tomei coragem e fiz algo que jamais pensei fazer em toda a minha vida. E o que fiz? Simples... Eu o envolvi com meus braços de uma maneira que ele não pudesse escapar de mim e me curvei bem pouquinho até alcançar seus lábios. Isso foi simplesmente mágico. A maciez da sua boca de lábios cheios e sedutores se moldando sob a minha boca apressada e gulosa, até que um encaixe perfeito pudesse ser alcançado por nós dois. Quando senti meu corpo ser puxado por ele até notar estar totalmente preso, eu me deixei domar por ele e logo minha língua e lábio inferior viraram seus alvos favoritos. 

" Deus do céu... Eu poderia morrer agora, que morreria feliz, simplesmente por ter tido um prazer tão intenso e por ser ele a me mostrar tudo isso "

     Foi o que pensei num milésimo de fração de segundo e sentir cada chupada, mordida e lambida que ele pudesse me dar. Se não fosse pela minha falta de ar, juro que teria ficado até o fim da vida colado nele. Só que tava meio complicado sentir o que estava sentindo, e respirar tão entrecortadamente. Ele pareceu perceber que estava me deixando sem ar e foi me soltando a língua lentamente, até que somente seus lábios ficaram em contato com o meu enquanto o ar voltava a encher os nossos pulmões. Com certeza ele também estava mal por conta do pouquíssimo ar.

     Sua mão esquerda deslizou pelo meu peito e logo alcançou meu rosto. Ele me olhava de forma intensa e confiante... E pra variar eu apenas disse:

     _ Quis fazer isso desde o primeiro dia que te vi na aula do professor Davi.

     Ele sorriu abertamente e selou meus lábios novamente. Assim que se afastou, o que me deixou com uma puta falta dele, disse:

     _ E eu teria correspondido...

     Eu sorri e o puxei pra mim novamente. Mais um delicioso e demorado beijo foi trocado entre a gente e por conta do empurra-empurra ele pegou na minha mão novamente e saiu me puxando pra um dos espaços da imensa boite. Assim que a música foi ficando mais abafada, baixa... Chegamos numa espécie de jardim, onde vários casais hétero e homo já estavam. A gente se embrenhou pelo tal " jardim " e com muita sorte encontramos uma mesa vazia. Ele me encostou na mesa e logo senti seu corpo colar no meu...

     _ Você pode me responder só uma coisa?

     Foi a pergunta que ele me fez olhando de forma intensa e fixa pra mim. Eu apenas sorri e balancei a cabeça afirmativamente. Ele colocou as mãos por cima dos meus ombros, sorriu e disse:

     _ Por que brigou com o Erick naquele dia lá no shopping?

     _ Ciúmes. Ele tava tocando em você direto e isso me incomodou. O cara não podia falar nada sem que voltasse a tocar em você e passar a mão no teu cabelo, beijar teu rosto... isso pra mim foi um muito demais... 

     _ O correto é dizer... Um Pouco Demais, Neguinho.

     Cara... Quando ele falou Neguinho, cheio de carinho e com a voz bem rouquinha que ele tinha, eu quase tive um infarto. Foi incrível... Natural... Fofo... Desculpem se tô meio viado, mas é que vocês não estavam lá e foi Fofo e pronto. Aí, eu respondi...

     _ Pois pra mim tava um Muito Demais, Loiro.

     Ele sorriu e voltamos a nos beijar. Claro que mesmo não precisando dizer nada, tenho que falar que nós dois estávamos muito, mais muito excitados. Eu o sentia roçar sua ereção em mim a proporção que ele ficava mais faminto. meu pau tava explodindo e isso seria fantástico se acontecesse.

     Assim que separamos, ele disse:

     _ Então você já me queria desde o primeiro dia que me viu, e me ver com outro te deixou com raiva?

     _ Isso mesmo. Sabe Loiro... Eu nunca tive uma relação legal com o meu velho por ele ser gay. E quando te vi, de cara senti que algo havia rachado dentro de mim. Eu jamais pensei que você fosse gay, ou o Isao... E jamais pensei que um dia eu estaria aqui com voc~e louco pra grudar em você e não soltar nunca mais... Quando o Carlinhos me disse que vocês dois eram gays e que a Tia Saori e a Vovó Chantal levavam isso de boa, eu comecei a lutar comigo mesmo e passei a ver meu pai de outra maneira. Ele inclusive foi quem me deu um toque com relação ao que eu tava sentindo por você.

     _ Sério? E o que o Sogrão disse?

     _ Seu Sogrão me disse que eu fosse verdadeiro, jogasse sempre limpo e tentasse mudar meu jeito e comportamento. Você deve lembrar do tanto de patada que eu te dava. Em você e no Japa.

     _ Ô se lembro. Mais eu também achava que um dia a gente poderia ser pelo menos amigos.

     _ Mais eu não quero ser só amigo, Loiro.

     _ Então...

     Aí foi louco de vez. Eu o afastei lentamente e comecei a me agachar diante dele. Seu olhar foi me acompanhando até que coloquei o joelho esquerdo no chão daquele jardim. Segurei sua mão que estava geladinha que nem a minha e disse:

     _ C. Neto... Meu, Loiro... Garoto lindo e que vai ter que ter muita paciência comigo de agora em diante... Você quer namorar comigo?

     O pior é que assim que comecei a me agachar, muita gente que estava por perto começou a nos olhar e juro que cheguei a ouvir algumas palmas e palavras de encorajamento...

     _ Quero, Malik Parker... Meu Neguinho lindo.

     Levantei na mais rápida velocidade que consegui e ele se agarrou em mim. Senti suas mãos na minha nuca, e o prendi firmemente entre meus braços. Seus lábios logo tocaram o meu e senti a ponta da sua língua me provocar por duas vezes e meia, antes de segura-la com meus lábios e chupa-la lenta e constantemente até tê-la todinha dentro da minha boca.

     Não saberia dizer quanto tempo a gente ficou ali naquele lugar só se curtindo e matando a fome um do outro. Meu Loiro era intenso e adorava me domar. Eu, claro, seria capaz de deixa-lo fazer o que quisesse comigo e pelo tempo que desejasse. O que não dava mais era ficar longe dele. A gente tinha uma longa estrada pela frente, e o dia de hoje, ou a madrugada de hoje foi apenas uma pequena mostra do que viveríamos de agora em diante.

     Voltamos pra pista e demos o nosso melhor pro outro. Meu lindo Loiro era um excelente dançarino e não nos importamos com os olhares que tanto ele como eu recebíamos de alguns cara de pau que teimavam em nos assediar.

     Ele me deixou em casa por volta das 03h00. Antes de sair do carro, ele sentou no meu colo e nos beijamos demoradamente...

     _ Você quer passar o domingo comigo? Perguntei de imediato.

     _ Claro. Passo aqui e te pego por volta das 10h00. Vovó faz questão de ir ao Clube da orla, e já aviso que a turma toda vai estar lá. Preparado pra se revelar?

     _ Mais do que você imagina, Loiro. Seria cedo pra dizer que eu te amo?

     _ Claro que não. Você demorou quase 03 meses. Você é lento, Neguinho. Mais a gente logo logo vai dar um jeito nisso.

     _ Te amo, Loiro...

     Meus lábios foram novamente acariciados por ele, e finalmente o vi sair da frente do prédio, sob a escolta da sua segurança pessoal.

     Entrei em casa e corri pro quarto. Assim que terminei o banho, me olhei no espelho acima da bancada e fiz uma pose com o maior sorriso estampado...

     _ Tá feliz, né Neguinho?

     " Bota feliz nisso... Neguinho " 

     Respondi com a voz mais ou menos rouca, tentando imitar o meu Loiro, que mesmo sem saber, havia me tornado um cara muito melhor desde que o vi.

     O sono foi bem leve e só fui acordar quando meu velho entrou no quarto e me chamou pra gente ir ao clube.