Contos de Fadas e o Mundo Real

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Quando crianças (para alguns de nós, especialmente para mim), os contos de fadas se parecem fielmente reais e queremos tanto (ao menos eu queria), mergulhar naquelas histórias mágicas e ter poderes, ou se apaixonar, ou ser preso a força por uma fera (não mesmo)! Enfim, eu sempre achei que eu e as princesas tínhamos tudo em comum, a vontade de mostrar quem somos, de nos apaixonarmos pela vida, de sermos reais.

E quando crescemos, a vida, os outros, ou nós mesmos, assassinamos fria e lentamente essa magia dentro de nós. Nos entregamos pouco a pouco ao automatismo. Eu acordo e encho minhas peças de ferro de óleo para que eu possa me deslocar para minha infelicidade imutável.

Mas mudar nunca foi um monstro para mim, pelo contrário, sempre eu imaginei como uma fada assustadoramente encantadora que me leva para lugares lindos que eu jamais vou esquecer e que eu crescerei.

Eu jamais pensei que pudesse esquecer essa fada, ou matá-la, jamais pensei que poderia esquecer meus sonhos, que era conhecer o mundo e acreditar em uma realidade melhor para mim. Esqueci meus sonhos grandiosos e me entreguei ao frio cotidiano. Eu esqueci que queria ganhar um Oscar, como poderia pensar nisso pegando três ônibus extremamente quentes e sufocantes?

Alguns se acostumam, alguns gostam do dissabor do automático. Simplesmente não é para mim, como Barbara diz: " Não me fale para não voar, eu simplesmente preciso disso, se eu cair, serei eu e não você".

Eu havia me acostumado com o meu eu atual: Triste e sem sonhos, sem cor, até que o sopro do verão carnavalesco, enche meu peito de novidades e aventuras, que alguém como eu, jamais pensaria em viver.

Está na hora de viver um conto de fadas, no mundo real. 

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