24 ➡ She's The Only One

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Cenas para maiores de dezoito anos estarão em itálico, para caso se sentir desconfortável, poder pular sem objeções. Nada mudará no contexto da história.

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(Julio's POV)

Estar com a sensação de ter brigado com Isabela doía. Queimava no meu peito, e eu só conseguia repensar em minhas ações. Eu não deveria ter diminuído o que ela estava sentindo, porque eu não tenho esse direito, mas sou orgulhoso demais para poder ir lá e assumir isso 'pra ela.

Dormir à noite foi complicado, meus pensamentos não me deixavam dormir. Então, dessa vez, quem buscou Zoe no quarto com pretexto de que abraços resolvem tudo, fui eu. E ela, quem não é boba nem nada, aceitou e dormiu abraçada comigo.

Pela manhã, Olga notou meu comportamento distante, e perguntou o que havia acontecido. Claro que ela ligou um mais um, e chegou à conclusão de que era por Isabela. Deu seus conselhos de mãe, que me fizeram abrir os olhos, e perceber que, se fossemos querer ficar juntos, teríamos que passar por tudo, mas juntos.

Zoe estava ainda mais chateada que eu. Tinha ido para escola com uma carranca e eu podia jurar que seus olhos estavam lacrimejando. Não sabia muito bem o que dizer, já que ontem à noite, ela perguntou se tínhamos brigado, e de qualquer forma, eu tinha dito que sim, mas que iríamos resolver e que isso é normal em qualquer relacionamento. Por sorte, ela comprou essa ideia.

Chegando no trabalho, Guido e eu tivemos que ir até um supermercado que havia sido assaltado. Não havia sido difícil, mas completamente estressante. Guido fazia todas as perguntas aos mercantes, enquanto eu analisava o local, em busca de algo que nos ajudasse.

Estávamos na viatura, à caminho do quartel, e Guido me encarava mais do que o normal, enquanto eu dirigia.

- O que foi? - perguntei, curioso.

- Não sei. Você está com uma carranca. O que houve contigo? - ele respondeu, fazendo uma pergunta logo em seguida.

- Isabela e eu brigamos ontem à noite. E eu estou pensando em diversas maneiras de pedir desculpas. - expliquei, sem papas na língua. Eu não estava com saco de inventar algo para explicar minha expressão.

- Imaginei que tinha sido isso. Giulia me contou que Vera foi procurá-la na clínica.

- É - foi a única coisa que respondi.

- E vocês brigaram por causa disso?

- Eu acho que fui idiota com ela. Não deveria ter diminuído o medo que ela estava sentindo. Vera a ameaçou e com essas coisas não se brinca.

- Giulia estava extremamente irritada lá em casa. Disse que Isabela teve que segurá-la para que não batesse em sua ex sogra. - Guido contou, e uma risada alta escapou de sua garganta, consequentemente, arrancando uma minha também.

Sabia que Giulia seria doida o suficiente para bater em uma pessoa idosa, e que isso, provavelmente, arrumaria problemas em sua vida. Mas para ela, o que há de mal nisso, não?

- Já te disse que sua namorada é doida? - virei-me para ele, percebendo-o rir ainda mais.

- Bom, pelo menos ela sabe expressar o que está sentindo. Mesmo que isso não seja a melhor forma para isso. Sabemos que sua ex sogra merece, pelo menos, um sustinho 'pra aprender à não encher o saco dos outros! - ele disse, irado, suspirando fundo.

Calei-me, ao pensar sobre isso. Eu só queria conversar com Isabela, apenas. Teria que aturar algumas horas de trabalho, ainda por cima, espero que eu consiga aguentar não ligar para ela nesse meio tempo. Quando se trata de Isabela, sei que não posso prometer nada para mim mesmo.

Flashlight [isulio]Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon