Único

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Admitir que estava errada é quase que um sacrifício para sua sanidade mental, por isso
que Roxy passou a restante das horas calada naquela sala com um monte de pessoas
falando e apontando o que deveria ser feito. Tudo estava indo bem até que o senhor
das trevas decidiu dar uma folga ao porteiro e agora aquela pequena cidade tinha várias entidades nada agradáveis perambulando por aí, o plano mais eficaz para contê-los seria deixar eles em paz que eles também agiriam de forma recíproca, era o
que Roxy achava, ou queria acreditar para não ter que fazer parte das buscas e eliminação desses seres.

-As notícias oficiais são de que vinte entidades atravessaram o portão, mas na noite
de ontem algumas já foram capturadas- O chefe falou o que estava escrito no relatório
que foi passados a todos.- Convidamos o pessoal da Área Cinza para trabalhar em
conjunto com essa por causa do baixo número de agentes trabalhando nesse período.

Todos estão muitos agitados para pouco coisa, era o que Roxy achava, olhando pela janela para a árvore do outro lado da rua que balançava alguns de seus galhos finos, o
clima estava bom, o cheiro de churros que vinha da padaria da frente também estava ótimo, mas sua cama estava melhor ainda e essa convocação de emergência só veio atrapalhar seu momento especial embaixo das cobertas.

-Ei Roxy, você não quer se juntar a minha equipe? - Lana perguntou, dando umaolhada de cima a baixo na moça a sua frente.

Lana era uma das pessoas que Roxy conhecia há um tempo e já sabia de sua intençãoao chamá-la: deixar que os resto da equipe faça seu trabalho para depois levar todo o crédito do trabalho bem feito e isso Roxy aprendeu na prática.

-Agradeço a consideração, mas passo. - Roxy respondeu, mas em sua mente o que ela
disse foi: Agradeço a consideração, vadia, mas eu prefiro encarar a morte sozinha do que ter que trabalhar novamente com você.

Uma pena, estávamos pensando em caçar nas redondezas do metrô sul, sei que você
adora aquele lugar. - Uma pessoa de cabelo chanel falou, já prevendo a cara de desgosto que Roxy lançaria em sua direção.

-Parece que o demônio veio em carne e osso ver se ele está dando muito trabalho
nesse fim de ano- Roxy já sentia seu estoque de paciência acabando e odiava
desperdiçar o pouco que tinha com essas pessoas. - Olá Gail.

-Eu pensava que você não apareceria por aqui tão cedo. - Gail parece nem se
incomodar com a ofensa.

-Eu também não, mas veja só, são cinco da manhã e eu estou aqui, agora me deem
licença. - Roxy falou, caminhando para o outro lado da sala onde estava a cafeteira.

-Que ótimo. - Murmurou após perceber que não tinham colocado café para fazer.

Sabia que todos estavam cientes de seu pequeno deslize a um ano e meio atrás, quando em uma perseguição acabou atingindo um membro da área verde em uma de suas pernas, hoje ele anda meio mancando e faz terapia para aceitar sua nova
condição física que o limita a algumas atividades físicas.
Foi um escândalo porque primeiro: Ela ainda estava em período de estágio e não tinha
a habilitação para portar uma arma divina, somente uma arma não divina ela poderia
utilizar.
Segundo: ela tem ligações sanguíneas com um pessoal de alto escalão e nesse lado
mais divino existe uma mídia que adora ferrar com a vida alheia, a notícia de que uma
divindade desse meio virou uma rebelde sem causa e tinha ferido um de seus superiores era espantosa para os adoráveis anjinhos.

A.N.J.I.N.H.O.S

Assim que eles são chamados, ao menos entre os seres humanos quando alguma dessas divindade acaba os salvando e eles falam “Esse foi meu anjo da guarda”, mal sabia eles que os que realmente fazem isso estavam ali por acaso e de boa fé decidiram ajudar, mas nesses casos muitos preferem não interferir no destino do humano. Por cada ação “boa” eles recebem uma pequena quantia como recompensa em moedas divinas, uma quantidade suficiente para se manter na terra dos mortais,
assim como qualquer outro cidadão humano que trabalhava, mas essa moeda é diferenciada do dinheiro dos humanos por que as necessidades são diferentes, não precisam gastar com bastante comida, apesar de que todos adoram um belo pedaço de bolo e doces, suas moradas são em prédios onde a maioria dos moradores são
outras divindades, mas no que eles mais gastam suas suadas moedas são com armas para uso próprio e no trabalho, não são armas simples como pistolas ou espingardas  e sim arco e flecha que são produzidos pelas madeiras das árvores do jardim do Eden, não são como uma flecha com coração na ponta que os cupidos que usam em seus trabalhos cretinos de enfeitiçar as pessoas para que elas se apaixonem por outra, e sim uma arma que serve para acabar com aqueles seres sobrenaturais que infernizam a terra e causam transtorno tanto para os que habitam nela quanto aos que recebem a missão de protegê-la.

From HellWhere stories live. Discover now