Prólogo.

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A vida é um caos tremendo

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A vida é um caos tremendo. As pessoas acham que a vida é uma roda gigante. Não! Vou exemplificar melhor. Um parque de diversões. Isso! A vida é um parque de diversões, onde as pessoas vão com seus respectivos filhos, ou vão sozinhos mesmos para que possam ter diversão, esquecer os problemas, voltar no tempo, lembrar os tempos de infância...

Ah, como eu queria ser uma criança agora. Voltar a uns 15 anos atrás, onde se me perguntassem o que era boleto, eu perguntava de volta se era de comer.

Mas as vezes eu gosto de dizer que a vida é uma montanha russa. Uma hora ela está lá em cima, no auge e em outra hora estamos lá embaixo, no fundo do poço. Literalmente! E é aqui onde me encontro. No fundo, mas no fundo mesmo, do poço. Já deu pra perceber que sou uma pessoa, digamos assim, um pouco dramática! Eu não choro pelo leite derramado, eu deito em cima dele e ainda sou capaz de dizer que um caminhão me atropelou. Sim, sou dessas.

Eu sou uma pessoa muito simples. Vim de uma família humilde com pais trabalhadores e que sempre zelaram pelo bem estar da família e pela boa educação dos filhos. Mas lembra da montanha russa? Então, uma hora o trem da montanha vai ter que descer, mas no meu caso ele desceu e nunca mais subiu.

Minha mãe teve câncer de mama quando eu tinha 14 anos, e desde ali eu já soube o que era sofrimento. Não gosto dessa comparação, mas não me resta a realidade. Quando uma pessoa na sua família próxima a você tem câncer, toda dia família sofre. É como se você tivesse um depende químico na sua família. Chega uma hora em que a família toda está envolvida. E não é diferente do câncer.

Meu pai e meu irmão, assim como eu, era totalmente apegado na velha. Sim, eu a chamava de velha carinhosamente e quase sempre arriscava levar um tapa dela ou se duvidar um soco acompanhado de "velha é sua vó, garota!" Ah bons tempos, bons tempos.

Com o tempo, o câncer dela foi se espalhando pelo corpo todo, de que adiantou nada ela ter retirado uma mama. Onde isso acabou com toda a auto estima dela. E meu pai ali, sempre dizendo que a amava e que nunca ia abandoná-la.

Humpt! Como eu era ingênua demais para acreditar nas palavras dele.

Um mês depois ela veio a falecer. Deixando eu, meu irmão caçula e o bosta do meu pai. Que covardemente colocou as culpas em mim por ela ter morrido e que não tinha mais obrigação comigo e nem com o "bastardo do meu irmão", como ele gostava de dizer na minha cara. Absurdo né? Acredite, piorou!

Três meses depois da minha mãe falecer, quando levantei da cama para ir até a cozinha tomar água, passei pelo quarto dele e vi de relance a cena que me fez perder o ar. O vi arrumando as malas, resmungando sozinho de bêbado coisas sem nexo que eu não entendia e nem queria entender. Ali eu sabia que ele ia embora. Eu sabia que ele teria coragem de me deixar sozinha com Jonas e cair no mundo.

Lembro perfeitamente daquele dia. Eu corri sem fazer barulho para o quarto de Jonas, que estava dormindo e dei graças a Deus por isso. Ele não precisava ver o inseto que ele chamava de pai indo embora como se não existisse mais ninguém na sua vida. Me tranquei no quarto de Jonas e pela janela eu o vi saindo com o seu carro, e junto com ele, levanto meu ódio e nojo que eu sentia por ele eternamente.

Lembro perfeitamente também que naquele dia eu chorei. Chorei tudo o que eu tinha pra chorar. Coloquei pra fora todo meu ódio, minha tristeza, meu desespero e minha fúria. Me permiti isso por que depois que eu passei a noite chorando, me debrucei em frente a foto de mamãe na estante da sala e com lágrimas ainda nos olhos, prometi não só pra ela, mas pra mim mesmo, que não deixaria Jonas desamparado. Que faria de tudo para que ele tivesse uma irmã de verdade do seu lado. Prometi também que, nunca ia deixar transparecer meus medos, minhas fraquezas, meus problemas e minhas dores. Afinal, ninguém precisa saber o que eu passei, o que eu passo e o que irei passar. Bati no peito as dificuldades da vida e não vai ser agora que vou cagar nas calças.

Pra me derrubar, tem que ser mais forte que eu ainda. E hoje, sete anos depois, com a mesma foto de mamãe no porta retrato em mãos, me orgulho da mulher que sou e que sou feliz por estar conseguindo me sustentar e sustentar meu irmão com a força da honestidade.

Já pensei em vender drogas? Já, oh se já! Mas no outro dia acabaria na prisão sem dúvidas.

Já pensei em assaltar um banco? Olha, tenho certeza que se eu colocasse minha meia calça na cabeça, era capaz dos policiais rirem da minha cara.

Prostituição eu descartei porque além de puta, quer dizer, pura, sou uma pessoa muito descente quando eu quero. Não saio por aí fazendo sexo com qualquer um. Apesar de eu apreciar muito o sexo em si, faço quando me dá vontade e com quem eu tiver afim.

Todas as possibilidades acima eu descartei por que decidi ser uma irmã de família e ir procurar um emprego de verdade. E como Deus é meu camarada, ele me presenteou como secretária da O'Connors. Sou secretária do cretino e sem vergonha de 1,87 de altura de puro músculos de Logan O'Connor, o CEO da empresa. Em termos legais: o dono da porra toda.

Ah, está bem! Ele é um bom chefe. Me paga um bom salário pelo meu trabalho, me irrita as vezes. As vezes não, sempre! Argh, tá legal! Ele me irrita 24 horas por dia se deixar. O que tem de lindo, tem de grosso e mal educado.

Mas como eu gosto de dizer quando a coisa tá fodida: a vida é muito boa, né gente?!

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