Parte um

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Bom, é a primeira vez que eu posto qualquer coisa aqui no Wattpad e eu espero que vocês gostem ♡

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POV Sofia

E aqui estamos nós, oitavo mês de gestação e com a expectativa lá em cima. Pensei que eu não poderia amar mais alguém, ser mais feliz ainda, mas foi só descobrir sobre a vidinha que cresce aqui dentro, sobre a minha menina, que esse pensamento foi por terra.

Da primeira vez que tentamos engravidar, eu tive um aborto espontâneo, e na mesma intensidade que amei aquele bebê, também sofri. Foram meses horríveis, sentindo meu corpo já preparado para formar aquela vida, se readaptando ao vazio que tinha ficado em mim. Fadil sofreu junto comigo e foi meu suporte, quando pensei que não conseguiria aguentar, ele pegou na minha mão e disse: "estamos juntos, não precisa passar por isso sozinha". Então eu, que sempre tinha sido a calmaria, me tornei tempestade nos braços dele e me deixei ser cuidada.

Diferente da primeira gestação, essa não foi planejada. Na verdade, ao descobrir sobre meu grãozinho de gergelim, entrei em pânico e todos os medos e inseguranças que me cercavam desde a perda do meu primeiro filho, voltaram como uma bomba na minha cabeça, não deixando muito espaço para a alegria. Mais uma vez, lá estava Fadil, sorrindo para mim, sendo meu porto seguro.

Flashback on

- Isso não pode ser real... não agora... - Tentava ao máximo me acalmar e não entrar em pânico. Lá estava eu, no banheiro de uma lanchonete, com um teste de gravidez positivo em mãos. Se a situação não fosse triste, eu poderia rir. - Droga! - Exclamei, antes de guardar o teste na minha bolsa e sair da cabine.

Limpando algumas lágrimas que insistiam em escapar, me olhei no espelho e respirei fundo, deixando o banheiro. Voltei para o salão da lanchonete e percebi que meu lanche já estava me esperando. Sentei e encarei a comida: Eu definitivamente não estava com fome.

Quando naquela manhã percebi que ainda não tinha aberto o novo pacote de absorventes, mesmo que os meus já tivessem terminado há quase 3 meses, comecei a ligar os pontos. Não que eu fosse descuidada ou desligada, mas a vida andava tão corrida que meu ciclo menstrual foi a última coisa que notei.

Fadil tinha acabado de abrir a gravadora e nossa situação financeira não era a melhor. Fui também demitida e tinha acabado de começar em um emprego novo. Minha avó passou semanas de cama e a melhor solução encontrada foi que minha mãe fosse ficar com ela, enquanto isso, pelo fato de Paulina, minha irmã do meio estar fora do país estudando e meu pai estar também viajando, eu fiquei responsável pela casa deles e por minha irmã mais nova, Emília, que tinha dez anos e não podia faltar à escola. Junto com tudo isso, eu comecei a ficar doente, sentia enjoos, tonturas, e associei tudo ao estresse. Devia ter procurado no Google pelos sintomas, talvez se eu visse a palavra "GRAVIDEZ" ou "CÂNCER" eu tivesse procurado um médico.

Olhei no relógio e ainda tinha 20 minutos de almoço. Peguei o pouco de tranquilidade que me restava e liguei para minha ginecologista, agendando um horário para o fim do meu expediente do trabalho. Paguei pelo lanche, que tinha sido principalmente uma desculpa para usar o banheiro, e saí do local, rumo ao meu trabalho. Minha cabeça estava dando voltas, não sabia se era pela descoberta da gravidez ou se pela falta de alimentação, sorte minha ter uma maçã para o lanche da tarde se a segunda opção fosse a correta.

Quando cheguei na porta do trabalho, meu celular vibrou, indicando uma mensagem. Era Fadil dizendo que chegaria mais tarde em casa.

- Mais tempo para me acostumar com isso! - Eu disse, entrando no prédio em direção ao elevador. Suspirei e chamei pelo mesmo, aguardando que chegasse. Eu estava inquieta, nervosa, ansiosa, preocupada, com medo. Sentia meu corpo balançar sem mover os pés do lugar e minhas mãos ganharam vida própria, fora a respiração pesada que eu tinha adotado nas últimas horas.

Antes Sofia, agora Lauren - SofadilWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu