●Capítulo 1●

3 0 0
                                    







"E quando eu fui perceber a ansiedade me fez ver o problema bem maior que a realidade"









"E quando eu fui perceber a ansiedade me fez ver o problema bem maior que a realidade"

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.











Minha bota batia em um ritmo constante contra a  parede em um ato de nervosismo e ansiedade  crescente que aumentava a cada segundo,  eu não era a única que tinha essa angústia dentro do meu peito, este fato era óbvio pelo modo em que os outros alunos andavam sem rumo de modo frenético pelo largo corredor,  alguns tinham até mesmo andado para a área do jardim para respirar melhor e acalmar-se. E ainda outros andavam constantemente para a enfermaria quando passava mal e atacavam a ansiedade. Porque no final essa era a realidade, os alunos que sentiam ansiedade comem sem sentir o sabor, não dormem mesmo exaustos, perdem o ar mesmo sem sustos, e morrem um pouco a cada dia por causa de uma manhã que nem existe ,e ele já se negam aceita-lo. E isso era triste e deprimente porque de algum modo sofriam mais que os outros.

As cortinas balançavam em um ritmo frenético pelo corredor  e o céu está escuro dando um forte sinal de que uma chuva estava por vir tornando o ar muito mais dramático e melancólico que o normal. A maneira que os alunos ajudavam uns aos outro para se acalmar era uma raridade assustadora, porque no Nigrum ninguém se ajuda, é cada um por si.

Apesar de todo drama e toda tensão  que ocorre nos corredores os alunos dos outros anos estão aliviados pelo dia de folga devido as provas anuais do instituto Central, era o famoso dia de Glória para alguns e batalhas para outros. Os alunos que mais sofriam são os que precisavam fazer as provas para a faculdade para conseguir um futuro e sobreviver por conta própria foras desses muros.

Até mesmo as meninas mais confiantes estavam sentindo-se nervosas, um exemplo claro é a Ashley, uma menina que cultivou o meu ranço eterno por ela, lembro-me do triste episódio em que acorreu no refeitório durante o almoço, em que ela me negou passar o pote de farinha, nunca mais fui a mesma e tenho pesadelos até hoje por isso, tenho um pouco de dificuldade com a rejeição, era como um trauma, mas consegui supera-lo e até perdooei ela, mas não esqueci completamente pôr que não tenho amnésia seletiva com os erros das pessoas,  era um  pensamento simples e prático: se não traz paz, lucros ou propósito, então não dê seu tempo, energia ou atenção. Foi outro ponto em que eu passei meses para desenvolver e melhorar nas minhas seções terapêuticas, porque ao que parece eu não conseguia exercer muito bem o perdão.

—Você está muito nervosa? Eu não sei se conseguiria esperar até a saída dos nomes, sou um tanto quanto ansiosa.— a voz vinha diretamente do meu lado, de uma figura infantil e elétrica demais para um ser humano normal.

— Creio que terá os anos suficientes para treinar o seu nervosismos desnecessário.— não admitiria que estava quase infartando e quase tendo um ataque cardíaco para uma criança aleatória que apareceu do seu lado misteriosamente.

— Minha professora falou que os adolescentes ficam como eu, a diferença é que eu demonstro.

—Minha professora me contava histórias sobre seres mágicos e depois descobri que não devo acreditar em tudo que me falam.— minha voz poderia ter saído um pouco ríspidas de mais, mas a criança também não desmontava sua pose arrogante e superior. Em geral as crianças do Nigrum deveriam ser estudadas.

— Nem quando têm a base científica?.— o seu tom sarcástico não passou despercebido.

—A ciência erra até a previsão do tempo quem dirá o sentimento das pessoas.— sua fala parecia ter apertado um botão de raiva na pequena criatura.

—Pelo menos o fato da arrogância a ciência acertou.— sua voz era desdenhosa.— Estou fazendo uma pesquisa sobre alguns sentimentos incômodos nos seres humanos e gostaria da sua ajuda.

— Pode me perguntar pequeno alienígena que estuda os seres humanos.—zombei e seu rosto em contorceu em raiva antes dela disfarçar.

— Pensando bem, há pessoas mais simpáticas e inteligentes que você.— sua pose, se possível, se tornou mais ereta ainda e ela simplesmente se virou e saiu entre os alunos.

Eu não era boa com crianças! A briga mais aleatória da minha vida.

Subitamente um barulho ensurdecedor e conhecido ecooa pelo ambiente de forma sistemática e insistente. O som ensurdecedor pareceu despertar ainda mais a ansiedade que estava dentro de mim em forma de um buraco negro, os alunos que não estavam nos corredores ouviam o som da sirene e se apressavam em chegar para ouvir seu nome e se foi aceito.

De dentro da grande porta branca que há no final do corredor aparece a diretora Lewis com toda a sua roupa preta e discreta, como maioria dos alunos costuma se vestir, roupas escuras e que cobriam a maior parte do corpo, ela é uma pessoa totalmente reservada e observadora refletindo na características do estudantes. Mantendo sempre uma calma assustadora e persistente em cada traço das ações, tinha uma personalidade um tanto quanto cética, ao seu lado um supervisor estava presente de forma concentrada e ereta, a forma em que os supervisores se portavam era assustadora e intimidade com o objetivo de manter os alunos dentro das regras. Acho que passar anos no Nigrum deixava o mal humor péssimo pôr que aparentemente nenhum funcionário parecia estar aqui por vontade própria.

A forma em que ela arrumou sua postura e ergueu o seu queixo fez com que a minha mão tivesse uma abundante onde de suor e cooperou com que minha boca ficasse seca.

—Senhores e senhoritas é um imenso prazer receber tantos nomes e tentativas para entrar no Instituto Central e honrar o Instituto Nigrum além desses muros. — uma pausa dramática foi feita de modo lento, enquanto ela passava seus olhos por todos os alunos que a observavam cada vez mais nervosos. A maneira em que ela falava as frases com tom entediante poderia ser um claro sinal de que em mais um ano nem um aluno conseguiu passar no teste. — mesmo que nem todos consigam os seus objetivos de primeira, nós temos oportunidades suficiente para reativar suas esperanças e Fortecer seus esforços e suas habilidades, Mas acima de tudo queremos que não desistam dos seus sonhos, porque nem todas as portas abrem na primeira batida e nem todos os sonhos se realizam na primeira tentativa. Sem mais comentários nós queremos dar boas vindas para os os alunos que conseguiram entrar no Instituto Central. — um papel foi entregue á ela por um supervisor que tinha como sempre o rosto neutro, livre de qualquer emoção, o silêncio pairava no salão e poderia ser ouvido até um alfinete caindo no chão, somente a frase em que ela deixou explícito de que alguém conseguiu entrar na Central já causou um silêncio maior ainda e parecia ser apenas mais um combustível para causar-me uma forte taquicardia. — Ashley Banks, Anthony Thompson e Marjorie Evans. — assim que ela fala meu nome o meu coração bate mais forte contra o peito. Não somente pelo fato de ser aceita, mas pelo fato de alguém do Nigrum ter sido aceito.

O breve silêncio torna-se momentâneo e subitamente o barulho explode pelo salão de uma maneira assustadora,  as cenas passam rápido à minha frente à medida em que eu ainda estou paralisada pela notícia que acabei de receber. A forma em que o alguns alunos estavam paralisados e outros estavam completamente apavorado e desesperados era uma cena um tanto quanto inexplicável. Eu sentia a mesma sensação que  dominou o meu peito a anos atrás quando eu não tinha a mínima ideia de que minha vida mudaria completamente, porque o medo sempre paralisou-me e eu não gostava de ficar em choque, porque foi assim que eu lidei com a pior noticia da minha vida e eu não conseguiria lidar com ela de novo.












"Que a razão seja sempre a base para as suas decisões"

                                   Instituto Nigrum.









Instituto NigrumWhere stories live. Discover now