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Capa: Pixiv ID: 65353287

Notas: E vamos de ódio *-* 

tw: Menções de Gore,  péssima forma de se tratar um animal  e abuso no passado ||

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Sanji teve certeza de que nunca mais veria o caçador e ficou feliz com isso, mesmo que com o coração aos pedaços. Ele sentia falta do outro, de vê-lo satisfeito comendo sua comida, feliz com as bebidas e até mesmo daquela expressão que parecia prazer toda vez que era mordido. Dos dias em que passou cuidando do corpo ferido, trocando suas ataduras, limpando suas feridas, alimentando-o... Sua existência estava girando ao redor do moreno nos últimos meses e perceber que perderia aquilo, por sua própria culpa, o machucava.

Os dias sem ele eram vazios e pareciam sem cor. Se quisesse, não seria tão difícil encontrá-lo, mas Sanji não o faria, não era o desejo do moreno. Muito pelo contrário, o que Zoro realmente queria era que ele morresse, que sentisse dor sem seu sangue, entrasse em desespero e continuasse sofrendo até enlouquecer. Era triste, mas Sanji sentia cada vez mais que era isso mesmo o certo a acontecer, o que ele merecia.

As palavras do garoto ecoaram diariamente em sua mente, no entanto, quanto mais pensava nelas, percebia que Zoro estava errado e sendo completamente injusto.

Sanji poderia ser sim um monstro, mas ele não era um assassino descontrolado. Ele matou por acidente uma única mulher em todos seus séculos e mesmo sabendo que não era sua culpa, ele se culpava. Não decidiu nascer um vampiro, não era culpado por isso, ele tinha sentimentos, era sensível e se preocupava com as pessoas. Sanji não merecia ser tratado como um matador.

Ele não matava. Não drenava a vida de ninguém como Zoro havia acusado. Sempre tomou cuidado até mesmo para nem desmaiar ninguém e seu cuidado com o moreno era dobrado. Costumava passar dias com fome por causa do pouco sangue drenado, tudo para não ser visto como um monstro. E parecia que quanto mais humano ele tentava parecer, mais um monstro Zoro enxergava em si.

Na semana seguinte, Zoro estava batendo na porta do castelo impacientemente. Ele sabia que o vampiro estava ali, podia sentir sua presença mesmo do lado de fora, não era um caçador à toa. Já estava fazendo aquilo há alguns minutos e a irritação começava a se tornar aparente na forma de uma veia saltada em sua testa. Já não bastava ter que se arrastar até ali, mas demorar para ser atendido era demais para sua paciência. Ainda mais dessa vez em que só de pensar em vê-lo de novo Zoro já queria socar alguma coisa.

Depois do último encontro desastroso que tiveram, Zoro andava mais insatisfeito do que o normal. Sua vontade era de nunca mais voltar àquele castelo, exatamente como a vil criatura havia pedido para que fizesse, mas obviamente não era isso que aconteceria.

Ele nunca tinha ido ali por Sanji, porque o vampiro queria ou tivesse pedido, nem nada do tipo. Não importando o quão enojado ficasse consigo mesmo de ter se tornado a comida fácil de um monstro, o único motivo de voltar era que havia feito um juramento de sangue e não o quebraria, mesmo que estivesse absolutamente furioso depois do que ocorreu da última vez e de como seu corpo havia reagido tão pateticamente a tudo. Se não tivesse nem sua palavra, seria apenas tão desprezível quanto uma daquelas criaturas.

Quando Zoro finalmente perdeu a paciência, desembainhou suas preciosas espadas e, num piscar de olhos, golpeou a porta pesada de madeira, abrindo passagem com certa facilidade. Se aquele vampiro achava que uma mísera porta o manteria afastado, ele estava muito enganado. Zoro adentrou na fortaleza sombria e, como esperado, não viu sequer sinal do vampiro.

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