A Alseíde: A ninfa das flores

Capítulo 1 - Quando te conheci

08/07/ X777

O dia raiou, a floresta era banhada pelos raios de sol, alguns animais que dormiam começaram a despertar, o canto dos pássaros e o barulho das folhas que reagiam a suave brisa que as tocavam, deixava o ambiente relaxante, tudo na mais completa paz, a harmonia reinava perante a natureza, em outras palavras era um dia belo, próximo a ali, dentro de uma caverna que ficava na base de uma montanha, localizada ao pé da floresta, havia uma pequena garotinha que dormia pacificamente apesar das marcas deixadas em suas pequenas bochechas pelas lágrimas que a mesma havia derramado, devido a trágica circunstância que a mesma havia se encontrado no dia anterior.

Meissa estava sozinha... mais uma vez... sua mãe adotiva não estava mais com ela... Íris não estava mais com ela e a mesma sabia que nunca mais ela iria estar novamente, afinal ela mesmo havia matado Íris, lógico que não por vontade própria, o dragão-fêmea a implorou por isso, a mesma estava doente e morrendo aos poucos, somente após uma longa conversa a pequena Meissa fez o que Íris a implorava e agora ela estava lá, sozinha novamente.

- Íris - chamou Meissa ao despertar, coçando os olhos e ainda sonolenta olhou ao redor, lágrimas encheram seus olhos quando percebeu que tudo era realidade, Íris não estava mais lá... ela não tinha uma família antes de ser adotada por Íris, não tinha nem sequer um sobrenome, não sabia o que fazer agora, mas sabia que não podia ficar ali parada.

Decidida a pequena garota se levantou, deu uns tapinhas no vestido rosa que ela usava para retirar um pouco a sujeira dele, passou de leve os dedinhos entre seus pequenos fios de cabelo de coloração verde e pegou as duas florzinhas de coloração roxa e prendeu as mesmas no seu cabelo, uma de cada lado de sua cabeça, não deixando de acaricia lentamente as pétalas das mesmas, que apesar de serem macias eram resistentes, o que não era surpresa, afinal aquelas pequenas florzinhas foram dadas a ela por Íris no dia anterior, não eram flores comuns, aquelas flores já fizeram parte da própria Íris, em outras palavras eram praticamente como escamas dela, o Dragão-fêmea havia as dado para Meissa como uma promessa de que sempre estaria lá com ela.

Com um suspiro triste Meissa deixou a caverna e começou a vagar sem rumo, após um tempo sua barriga roncou, ela ainda não havia comido nada desde o dia anterior, por sorte dela estava em um ambiente em que praticamente tudo era alimento pra ela, observou ao redor ela tinha diversas opções, haviam pequenos animais ali próximo, ela poderia muito bem comê-los, mas sinceramente ela não queria machucar aqueles bichinhos fofos, havia também algumas árvores com frutos, mas eles estavam muito altos e Meissa era bem pequena e não era a maior fã de altura, se sentia tonta só de pensar o quão alto seria subir na árvore, poderia usar a magia dela pra fazer algumas frutas caírem, porém logo mudou de ideia ao lembrar de quantas broncas levou de Íris por ter acelerado o ciclo da natureza e as consequências disso, sendo que ela poderia ter outros meios, olhando um pouco melhor ela viu um lugar cheio de flores, abriu um pequeno sorriso e foi correndo em direção as flores se sentando no chão e comendo algumas delas, não iria mentir ela poderia ter mordido uma árvore porém ela adorava o sabor das flores cada uma tinha sua peculiaridade, algumas mais doces outras mais amargas, seu paladar se agradava com a variedade de sabores, estava tão distraída que não notou o zumbido de um enxame de abelhas raivosas em sua direção, quando percebeu, sua única reação foi paralisar esquecendo completamente que sabia usar magia, afinal ainda era uma criança pequena e se assustou com a situação, a mesma fechou os olhos esperando a dor das ferroadas das abelhas, lamentando pela provável morte desses insetos, porém a dor não veio ao contrário disso sentiu seu pequeno corpo ser abraçado, a mesma abriu os olhos e piscou algumas vezes não acreditando no que estava vendo, havia um menino mais velho a envolvendo em um abraço protetor eles estavam envolvidos em uma espécie de barreira que saiam a partir de umas letras estranhas de coloração roxa que estavam no chão