Perfeita para mim

Capitulo 1

Quando Sophie Winston tinha 6 anos foi confirmado todas as suspeitas que ela era uma menina diferente das demais, enquanto as outras  ficavam contentes em estarem dentro de casa brincando com bonecas e coisas de meninas, ela estava nos estábulos ou acompanhando o seu pai com qualquer atividade ao ar livre, seu pai Collin Winston adorava o espirito aventureiro da filha, mesmo querendo muito um herdeiro homem para carregar para a próxima geração seu titulo e seu nome ele ficava extremamente contente em levar sua filha para todos os lugares e ensinar tudo para ela, mesmo ela tendo 6 anos e não entendo muito do que ele falava, mas não importava, ele adorava passar tempo com ela, sua mãe Victoria já havia desisto a tempos de interferir nessa dinâmica, e por mais que as vezes protestava acabava perdendo a disputa contra os dois. 

Com passar dos anos Sophie descobriu que aqueles dias divertidos embaixo do sol adquirindo mais sardas era mais que um passatempo, era sua paixão, ela não se importava de se sujar de terra ou que o cabelo ficasse sempre despenteado pelo vento, com seus 20 anos chegando ela não se preocupava com casamento e não tinha a menor intenção de debutar na sociedade, preferia ficar no seu mundo, sabia que nem tudo era perfeito, mas por enquanto não tinha que se preocupar com essas imperfeições. Sophie amava seu aniversario, ela se lembrava perfeitamente de quando fizera 10 anos e ganhou uma égua, de longe o melhor presente de todos, faltavam duas semanas e seu pai tinha lhe dito que o presente desse ano superaria todos os outros. Ela tinha tentado de todas as formas arrancar a informação do pai, com chantagens de todos os tipos

-Eu faço o que você quiser, eu juro

Ele apenas olhou pra ela e riu

-Não é engraçado 

-Na verdade é sim, você tem que aprender a ser paciente

-Não tenho tempo para a paciência pai

-Pois deveria

Olhando indignada para o pai sabendo que não venceria Sophie saiu do escritório do pai, ela sabia que ele a amava, mas também sabia quando era momento de dá espaço para o pai resolver as coisas e desfrutar de seu Whisky que sempre tomava a noite depois do jantar. Sophie foi pro quarto pensando em qual outra forma tiraria aquela informação do pai, sabia que não podia contar com a mãe, eles dois formavam uma dupla indestrutível, um era extremamente fiel ao outro. Ela costumava pensar que se um dia chegasse a casar que seria com alguém que olhasse para ela como o pai olhava para a mãe, as vezes chegava a ser meloso e ela sempre dizia isso a eles quando as demonstrações de afeto se tornavam publica, mas o que ela realmente sentia era um pouco de inveja porque por mais que quisesse não iria viver isso. Não que ela fosse feia, com seus olhos castanhos escuros e seus cabelos escuro como a noite, ela só sentia que não tinha nada espetacular ou como ela costumava dizer: algo que faça o baile parar. Sabia que se fosse debutar na sociedade tomaria chá de cadeira, ela sempre pensou que uma dama deveria sim ter a liberdade de convidar um cavalheiro para dançar, seu pai sempre dizia que ela tinha uma mente muito a frente do seu tempo. Quando fez 18 começou a implorar sua mãe para que não levasse ela para Londres por que ela sabia que pertencia a Chatsworth House, sua mãe não gostou da ideia então ela implorou pro pai, como de costume ele viu total sentido no ponto de vista da filha e ajudou á permanecer e não viver o momento que toda garota esperava.

Sophie não teve mais irmãos, dois anos depois do seu nascimento sua mãe engravidou novamente mas perdeu o bebê e o medico recomendou que não tentasse de novo, por que ela poderia não sobreviver, bastou isso para seus pais nem tocarem mais no assunto de ter um herdeiro, esse era um assunto que não era tocado e mesmo Sophie não sabendo o que aconteceria com o titulo de conde do pai ela permanecia sem falar sobre isso por que sabia quão doloroso era pros pais.

                                                             ...

Já era meia noite quando Anthony olhou no seu relógio de bolso.

- Eu deveria está em casa. Falou pra ninguém em especial.

Olhando em volta confirmou o pensamento, não tinha mais nada para ganhar ali, não que fosse um viciado em apostas, mas como era muito bom com pontaria não deixava passar a oportunidade de ganhar uma grana fácil com isso. Mas ele já estava cansado e antes que algum dos conhecidos que frequentava o mesmo clube vinhe-se conversar sobre coisas fúteis ele pegou seu casaco do encosto da cadeira e foi embora. Anthony costumava ser tachado de homem arrogante e de poucas palavras, não que de fato fosse arrogante mas também não fazia nada para tirar essa fama, já em relação a ser de poucas palavras isso sim era um fato verídico sobre ele. Subiu as escadas que levava até seu apartamento de solteiro de dois em dois degraus, estava ansioso para tomar banho e se jogar na cama. Quando entrou em casa percebeu na expressão de seu fiel mordomo que não ia gostar do que o aguardava, sempre foi assim, apesar de uma das funções dos mordomos ser não expressar o que pensava Anthony acreditava ter o único que sempre demonstrava o que pensava, mas ele não se importava com isso, sentia que seu mordomo era seu único amigo e gostava disso, não da solidão de ter um único amigo que ainda por cima era seu empregado mas com o tempo aprendeu a conviver com isso.

-Boa noite senhor

- Boa noite Larry

-O aguardam no seu escritório

Ah essa hora nem precisava dizer nada ele já sabia quem o aguardava 

-Obrigada

-Mas alguma coisa senhor?

-Não, pode ir descansar

Anthony respirou fundo já sabendo o que o aguardava ao entrar na pequena sala que tinha como escritório ele viu quem já esperava encontrar, sentado na sua mesa olhando os papeis espalhados

- Boa noite

-Que forma fria de receber seu velho pai

-Não era necessariamente o que eu queria ver

-Nem sempre vemos aquilo que queremos ver a essa altura achei que já sabia disso 

-Afinal o que está fazendo aqui? 

-Bem por mais que você duvide disso eu vim aqui pelo seu bem estar, eu me preocupo com você. Fiquei sabendo que tem uma debutante linda com um dote que não concertaria tudo mas já seria um bom começo..

Não precisava ser dito mais nada, Anthony já sabia onde a conversa ia terminar por que já tinha tido ela varias e varias vezes.

-Fora

-O quê?

-Eu disse FORA

-Estou fazendo isso por voc...

-Não você esta fazendo isso puramente por você, por que não quer que seu titulo caia nas mãos do imbecil do primo Roberts, e ainda por cima quer que eu salve você das suas dividas, as dividas que você conseguiu com seu vicio idiota de apostas. 

-Sua mãe...

-Não fale na mamãe você não tem o direito

- EU TAMBÉM A AMAVA

-Não me importa o que você acha que senti por ela, você não a  merecia e ela morreu vendo você estragar tudo com seus vícios

-Acho que você não esta com cabeça para conversar

E antes que ele pudesse dizer qualquer coisa ouviu a porta bater, simples assim, esgotado tomou mais uma dose de whisky no aparato do escritório e foi para cama, não queria ter tempo pra pensar que seu pai estava doente, que o medico lhe deu poucos meses e que com isso com pouco tempo herdaria o titulo do pai cheio de dividas, ele não queria pensar e como em toda a sua vida não teve dificuldade para pegar no sono, ele dormiu fingindo que não existia problemas na sua vida,  e que seu pai estava certo, ele precisava se casar, essa era uma das primeiras soluções para resolver parte dos problemas.