Emergência durante a madrugada

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Me tornar veterinário foi um sonho realizado com muito esforço. Abrir minha própria clínica-hospitalar 24h para animais também havia sido um sonho realizado com muito esforço. Ainda mais a clínica sendo adjacente à minha casa. Então eu não podia reclamar de ser acordado às, (olhei a tela do meu celular em cima da mesa de cabeceira) eram 03:00 da madrugada. Eu havia ido deitar à 01:15 da manhã, após medicar os pacientes (uma gata vira-lata e um cachorro maltês) que haviam sido castrados.

Quem tocava a campanhia da clínica estava impaciente. O ribombar que chegava até o meu quarto parecia mais uma sirene de bombeiros do que uma campanhia em si.

Levantei-me rapidamente da cama e fui até o interfone e a câmera de segurança que ficavam na minha sala, nos fundos da clínica.

Na tela do computador, havia um homem alto, de cabelos cortados estilo militar, e forte. Bom, ele tinha mesmo de ser forte, porque carregava no colo um pastor-alemão enorme.

Apertei o botão do interfone, pigarreando para tirar qualquer vestígio de sono da minha voz:

- Sim. Quem é e o que deseja?

A voz do outro lado veio alarmada, quase suplicante:

- Por favor, a minha cadela precisa de cuidados urgentes. Ela acabou de levar um tiro.

Um tiro? Aquilo me alarmou. Um tiro era algo realmente incomum para mim como veterinário. Eu já havia tratado de animais que haviam ingerido pequenos objetos, que haviam se cortado, quebrado ossos, que tinham machucados infeccionados, mas um que havia levado um tiro era a primeira vez. Aquilo me deixou desconfiado. Quem era aquele homem? Ele podia muito bem ser um bandido.

- Um tiro? - Perguntei. E ele pareceu perceber o receio no meu tom de voz porque respondeu.

- Sim. Olha, eu sou um policial. A Laika é a minha companheira de trabalho. Não só isso. Ela é minha amiga.

Ele, com dificuldade, segurou a cadela um pouco de lado, com todo o cuidado, e estufou o peito, mostrando para a câmera o distintivo de policial.

Bom, aquilo não importava muito. Não para mim, pois quando ele mudou a cadela de posição eu pude ver uma mancha de sangue sujando a camisa branca que o homem usava. Se ele fosse bandido, policial, ou o que quer que fosse, ele não me precisaria provar. Eu atenderia o animal de qualquer forma.

Apertei o botão que abria o portão eletrônico e vi o homem correr em direção às portas da clínica. Cheguei pouco depois dele, destrancando a porta.

- Me siga. - Eu disse e ele me acompanhou pelo corredor até a ala hospitalar. - Coloque-a sobre a mesa de metal.

Ele deitou a cadela com todo o cuidado do mundo sobre a mesa mas, mesmo assim, ela soltou um ganido.

Eu já terminava de vestir o avental e lavar as mãos na pia de metal no canto da sala. Corri para examiná-la.

Ela era uma pastor-alemão bastante robusta. Não sabia dizer bem a idade dela, mas podia afirmar que era uma adulta saudável. O tiro havia acertado a coxa do animal e, por sorte, pela quantidade de sangue, a bala ainda continuava alojada no local, impedindo uma hemorragia maior.

- Como isso aconteceu? - Perguntei ao homem, enquanto aplicava a anestesia na cadela. Ela apagou em poucos segundos.

- Estávamos fazendo uma batida policial. - Ele explicou. A voz com o mesmo tom de preocupação. - Uma batida policial é quando nós fazemos uma "visita-surpresa" há quem sabemos que está envolvido com algo. - Ela é a melhor cão-policial do departamento. E está comigo desde que nasceu. Enquanto nós vasculhávamos uma casa abandonada, ela encontrou uma bolsa cheia de drogas.

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⏰ Poslední aktualizace: Nov 30, 2020 ⏰

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