Penso que sim, há alguns anos costumo criar histórias para fugir da realidade, nessas histórias nem sempre sou protagonista, às vezes nem apareço, apenas como narradora. Narro o belo e também as entrelinhas que na verdade não são dirigidas a ninguém, esse é o problema: as linhas não me pertencem e muito menos a alguém. As nuvens como manifesto do silêncio consolam o cinza enferrujado desse lugar que é cobrado o metro quadrado, mas volto a repetir: - Minhas linhas não são ofertadas e sim desviadas com ar de verão, justo eu que detesto essa estação. Minha memória tece lembranças que também não me pertencem, tudo se mesclou com fantasia e confunde à realidade. Por isso volto a afirmar, minhas linhas não me pertencem e nem a ninguém.
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