O vento soprava forte, fazendo minha pele se arrepiar de frio e meus cabelos voarem com força. Meus olhos se fixavam em um ponto qualquer no meio do oceano e oscilavam entre olhar paras as ondas em sua bela arrebentação na costa, ou para a lua que brilhava magnífica, como sempre fora. Meus pensamentos voavam longe e vagueavam tentando achar algum defeito naquilo que eu via, mas nada me era dito até por que mesmo sendo racional e uma questionadora nata, eu ficava imersa entre o que era real e o que era irreal... -''Lucy''- uma doce voz sussurrou meu nome, me fazendo fechar os olhos e morder o lábio inferior com certa força. -''Lucy, está tudo bem?''- -''Qual é o limite da imaginação? Quanto tempo leva para o homem enlouquecer em sua própria mente? O que esperar de algo que não posso distinguir se é real ou não? Qual o sentido de continuar nessa loucura?''- murmurei abrindo os olhos e olhando para o céu onde brilhava as muitas estrelas, quando senti um toque suave em meus ombros me fazendo virar para encarar o rosto pálido... Os olhos muito verdes brilhavam intensamente e nos lábios brincava um sorriso tímido. -''Lendas continuarão sendo lendas, histórias continuarão sendo histórias, a mente do ser humano é infinita 'mo álainn', vocês são espertos o bastante para criar teorias, discutir formas... ''- ele aprofundou seu olhar, como se quisesse me ler por dentro -''mas as vezes são incapazes de acreditar naquilo que está em sua frente''- eu neguei enquanto olhava em volta, meu coração se apertando e minha racionalidade falando mais alto. Num murmúrio amargo olhei mais uma vez em seus olhos e proferi de uma vez aquilo que estava me corroendo por dentro, e com uma coragem que não era minha, o desafiei: -''então me prove que isso tudo é real. Vamos!! Me prove!!''- (história inspirada no conto de Tír na nÓg) #9°em fuga >01/08/2018 < #19° em romantico>10/08/2018