A Narrativa do livro é independente (não tem necessariamente um protagonista), ela circula entre heroínas e heróis como: o Zé do Bairro, um dos organizadores do Quilombo do Amarildo, a Amanda Daomé, uma presa política que é resgatada de uma cápsula biológica onde era mantida em cárcere sob a pena de virar uma ciborgue. Trazendo um retrogosto de porões da ditadura, e cultura cyberpunk, afrofuturista, o livro chega a uma conclusão de que a união dos oprimidos propõe um futuro retrô com uma aventura, é cativante, perturbadora e sensual que revigora nosso poder de crítica. Em um futuro Brasil distópico, mostra a luta de uma comunidade livre de preconceitos, contra a ditadura do General Pastor Arthur que está no poder de uma ditadura em 2013. Dentre ciclos de loucuras famosidades na presidência e o rebatismo violento como "bolinho de jesus" o acarajé da iguaria bahiana. Não dê a mão à palmatória começou a ser escrito em 2012 e foi registrado em 2014, é uma ficção que se assemelha a realidade, é um romance que transparece a violência sofrida pelas minorias que buscam seus direitos e uma revanche. Além de prever muitos acontecimentos, o Golpe de 16 e coisas mundanas como o Brasil perdendo a copa em 14. A autora aborda temas como feminismo, luta neoliberal, mercado da água, religiões de matrizes indígenas e africanas, novas possibilidades sociais, teorias para a paz. Retrata como um povo que foi humilhado e destruído, pode ter sua redenção para um futuro mais igualitário e coletivo. Não é uma briga entre o bem e o mal, mas sim uma tentativa de explicar como a história chega a um ponto violento, não é profético é sensível, é um grito de esperança diante de direitos roubados e da sagrada natureza feminina que é violada em uma humanidade ferida. Afinal quando vamos parar de machucar uns aos outros?
15 parts