Ah! Quem me dera ter ainda meus vinte e poucos anos. Ter de novo a minha velha mania de pensar que seria eterno. Ah! Que saudade das folhas úmidas de orvalho que me escorria pelas pernas Quando, ainda cedo, saía a tirar a erva daninha da plantação. Fosse para sempre aquela época, pouco tempo seria para ser o que queria. Pensei que que a idade tardaria a chegar, e os anos não me alcançariam. Pobre jovem que, erroneamente, espera ter as mesmas forças da juventude Na velhice. Os anos me chegaram e pesaram sobre mim. Curvei. Nem ao orvalho, pela manhã, posso sair E da varanda vejo a terra que tanto cultivei, noutros tempos, Ser manejada por máquinas. Pobre de mim que já me vou e nada fiz, por pensar que era cedo para começar.