Os simples recordos da odisseia amarga, cruel, temível e selvagem despertam-se em tua caminhada benignamente a deriva escuda. Descansei-me em teu repúdio, encostei-me em tua desaprovação, então apenas o medo de lhe perder fez-me tremer em devastação. Aquelas foram as palavras que Estela de Aragão escreveu em sua última carta, o afortunado destinado não sabemos, antes de desaparecer para todo o sempre, talvez em deslumbre de sua obsessão pelo conhecimento obscuro das chamadas do Inferno de Dante em sua Divina Comédia. Entretanto, antes deixaste que o vislumbre de tua imagem desaparecer diante de meus olhos e o alcançar simplório da áurea de sua alma deixaste que a contemplassem, contou-me os mistérios no escombro de seu âmago para que escrevesse sobre sua história. Estela de Aragão fez-me desejar amargamente escrever como se fosse apenas um dos desvaneios e doenças imaginárias que tinha em meu descansar sonolento. O amor dos três principais não mora no peito, mas no que vê. Hilda era dona de uma alma que poderia dar vida à inúmeros versos infinitos de sua nefasta presença. Malthus, o pobre homem que deixai abalar-se com o despenhadeiro temível pecado, não por amar, mas sim por desejar. Já Estela, aquela que deleitava-se entre o banho da pureza e a destreza do pecado, condenava sua história. Tal graça ao coração de quem na mira está pelos olhos uma doçura a pôr que não pode entender quem a não prove. ─────── Capa feita por -scarlletqueen-