Por que, minha senhora? Que o fim de semana Me traz à memória Lembranças perigosas Do que fizemos outrora? Por quê, minha senhora? Que teu olhar bruno De cor negra perolada Penetra tão profundo Em minh'alma sangrada? Por quê faz meu coração Parecer-lhe consagrado A ti, alma imensa Sendo já ti de outrem dado? Ó alma imortal, Inspiração dos meus versos, Jamais para mim, um pobre mortal, Serão olvidados os coros do universo, Dizendo ""Bela mulher, De rara beleza Livrai-nos do amargo Da tua ausência Sua presença nos anima A dizer-te que és bela Teu véu escarlate fascina Tal como o perfume que de si nos revela Não permitam as ninfas Que teu bruno olhar nos falte Olhar que abrilhanta nosso céu Mais do que as estrelas consortes."" Assim o universo Se junta ao coro meu, E com olhar apaixonado Devasso busco o olhar teu No breu dos céus, Que replicam seu sorriso, No conjunto das estrelas Agrupadas formando um riso Para a amada escarlate Que vive para sempre No coração deste amante Que ama neste instante O eterno remanescente Das memórias incandescentes Que me resultaram em amor Para sempre, teu amor.
1 part