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× ARTHIT HOORNE ×
(3 de Fevereiro)


Me movo lentamente, sentindo os meus músculos rígidos com um simples movimento para erguer o quadril e ajustar a minha posição ruim, mas rapidamente desisto de fazer ao me sentir doente e ter dores em um nível desumano de suportar. Poderia facilmente dizer que algum caminhão passou em cima de mim com uma tonelada de cimento duro ou meu corpo se chocou com muita força a ponto de quebrar.
De repente me sinto incomodado demais, tem algum tipo de cano enfiado em minha garganta que machuca como um inferno e me faz querer vomitar, a luz parece está muito forte e irrita os meus olhos fechados com se pudesse os queimar nas órbitas.

Só que teimoso como sou, faço ainda assim, levando um tempo para me adaptar com a ardência que faz meus olhos lacrimejarem entre varias piscadelas ao ajuste da claridade. E a primeira coisa que noto ao pode ver melhor, é o lugar totalmente e infinitamente branco que causa vestige em que você está olhando diretamente.
Um curto som constante soa em meus ouvidos, como se contasse meus batimentos com um BIP, da qual reconheço, pois diversos fios estão conectados ao meu corpo e a única explicação existente vem a mim.

O que diabos aconteceu comigo para chegar aqui ?

Mas pensar nisso faz com que a minha cabeça doa, latejando de modo que bata em algo dentro dela em que não devo passar, e qual eu quero muito fazer. Um zumbido acerta meus ouvidos, aumentando a cada vez que eu tento me lembrar de algo, e em meio a dor crescente, vejo dois sorrisos lindos sem rostos, que são como uma lâmina de dois gumes em meu peito, iluminar em minha cabeça, junto a uma risada alto de alguém que me chama de Parabatai.
Havia algumas outras pessoas e isso infla um vazio ruim em meu peito, mas elas se dissolvem tão rápido que sequer tenho tempo de me agarrar a elas. Pois tudo é preenchido com muitos sorrisos, risadas, choros, perdas e muito mais que a uma vida é capaz de dar.

E por último a uma tempestade e sons de pneus derrapando sobre o asfalto, faróis altos e a colisão bruta contra algo, junto com um estrondo de relâmpago. E a dor, seguido pela escuridão.
Levo a mão ao peito, onde sinto as batidas aceleradas e também sinto as lágrimas queimarem em meus olhos, estou tão absorto a uma dor invisível e dilacerante que não noto a porta ser aberta. O cano em minha boca machuca ao movimento e o soluço entala na garganta.

— Pelo amor de Buda! - Uma voz masculina exclama, fazendo com que erga a cabeça rapidamente ao reconhecimento. — Arthit...

Vejo Singto, o meu irmão parece congelado no lugar, olhando para mim como se me ver fosse a uma grande surpresa para ele. Sinto o choque atravessar meu corpo, só que não entendo a razão, ver meu irmão parecia como a um milagre de outro mundo.
A qual ele quebra a distância que está entre nos com tanta rapidez que minha lentidão não processa cada passo seu, mas sinto os seus braços entorno de mim. Um calor suave e acolhedor, que mostrava que está vivo, e mesmo que não consiga me movimento muito, o deixo me abraça e agarro a barra do seu casaco com força.

Minhas lágrimas descem como a um riacho, uma sensação que se desfaz em meu peito, e sinto que Singto também faz o mesmo. Mas ele se afasta o bastante, as mãos levemente calejadas vem direto a meu rosto e os olhos lacrimejosos me encaram, embora exista a um sorriso pequeno em seu rosto.

— Você acordou. - Diz, limpando ao meu rosto com seus polegares, a voz suave e carinhosa. — Você finalmente acordou, irmãozinho.

Sinto que as lágrimas embaçam a minha visão e uma saudade que me esmaga me sufoca, os meus olhos são capazes de saírem de Singto, como se achasse que ele vai desaparecer. Ergo minha mão, sentindo cansaço ao movimento simples, mas eu consigo alcançar sua bochecha e tocar os dedos no seu rosto, mesmo que isso puxe aos fios conectados em mim.

BROKEN PARTS × STALEC2Where stories live. Discover now