Amor demoníaco ( Em Revisão)

Capítulo 24

Dias depois...

Camila lia calmamente um de seus livros preferidos, na biblioteca. Aproveitava a paz daquele dia para reler aquele romance que tanto adorava.

Clark miava em seu colo, enquanto Camila acariciava de leve seu pêlo.

- Está lendo de novo esse livro? Quanta vez vai repetir? - Uma voz rouca disse logo atrás dela.1

Sobressaltada, Camila largou o livro no colo e virou-se para trás.

- O que faz aqui, Lauren?

- Não posso mais entrar na minha biblioteca agora? - Ela ironizou, passando para a frente dela. A grande figura forte fez uma sombra diante do corpo pequeno de Camila, que estava sentada na poltrona.

- Pode. - Ela voltou a acariciar o gato, baixando os longos cílios.

- Não me respondeu. - Ela a observava. - Não cansa de ler este livro?

- É o meu romance preferido. - Ela deu um sorriso meigo. - Já li quatro vezes, mas não canso.

- E fala sobre o quê? - Ela perguntou com interesse, olhando-a de modo frio como sempre.

Camila deu de ombros.

- É sobre uma terra encantada... sabe, com fadas, anjos, uma mocinha que parece uma princesa e um mocinho que enfrenta tudo por ela. - Ela de repente ergueu os olhos, achando que Lauren iria rir por ela gostar de ler um livro tão romântico, e que falava sobre encantamentos.

Mas para sua surpresa, Lauren não riu. Somente continuou observando-a com a expressão dura.

- E porque você gosta tanto de lê-lo? - Ela perguntou.

- Não sei, a história dele é diferente. Mistura romance, com magia, e tudo mais. Eu gosto.

- Com licença. - Allyson

bateu na porta e entrou.

- Sim? - Lauren

virou-se para ela.

- Há uma visita esperando os dois na sala de estar.

- Quem é? - Camila estranhou, porque normalmente quando chegava alguém querendo falar com Lauren, ela tinha que subir ao dormitório ou ficar na biblioteca. As duas não tinham amigos em comum.

- Me acompanhem. - Allyson pediu.

Camila levantou, ainda segurando Clark no colo, e seguiu Allyson. Lauren foi logo atrás.

Quando chegaram à sala-de-estar, Camila teve que engolir em seco, enquanto observava a figura que estava sentada na poltrona.

A morena de cabelos ondulados até os ombros, olhos caídos e sorriso malicioso levantou-se da poltrona e foi até eles.

- Boa tarde... - Disse coma voz rouca, olhando superiormente para Camila e logo erguendo o olhar até Lauren.

- Erondine? - Camila murmurou. - O que faz aqui?

- Camila, até parece que não está alegre em me ver. - A prima ironizou, mas de modo discreto.

A morena não respondeu, suspirando e olhando brevemente dela para Lauren. Ela estava impassível.

- Como está, Erondine? À que devemos a sua presença? - Lauren perguntou polidamente, indicando o sofá para que sentassem.

Quando se acomodaram, Erondine sorriu de forma meiga.

- Ora, somente quis fazer uma visita. Conhecer a nova casa de minha prima. Mas se estiverem ocupados, eu posso volta outro dia...

- Imagine. - Lauren disse. - Eu não permitiria isso.

Ela sorriu afetadamente, se aproveitando do cavalheirismo de Lauren.

- Perfeito. Então creio que meu dia hoje será muito agradável. Mas antes de conhecer a casa, que por sinal é belíssima, posso pedir um chá?

- Claro. - Lauren acenou para um criado, que logo se aproximou.

O criado saiu em seguida para buscar os três chás.

- Mas o que é isso, Camila? - Erondine perguntou de repente, se dando conta de que a morena segurava Clark e o acariciava.

Ela olhou para o colo, puxando o pequeno gato branco (que estava maior pelo fato de estar sendo bem alimentado e cuidado) para cima.

- O nome dele é Clark. - Camila sorriu para o animalzinho, que a adorava.

- Você... cria um gato? - Erondine pareceu enojada. - Deus, sabe que animais como esses podem passar milhões de doenças?

- Não creio, ele é bem cuidado. - Camila respondeu, erguendo um olhar frio para a prima.

- Ao menos é de raça?

- Não sei responder. Encontrei Clark abandonado fora da Mansão.

- O quê? - Erondine olhou para o gato como se ele fosse uma coisa asquerosa. - Achou esse animal por aí? Lauren... - Ela virou-se para a mulher. - Você não devia permitir que minha prima cumprisse todos seus caprichos. Desde pequena ela sempre foi muito voluntariosa, e se deixar que ela faça o que queira vai acabar mimada.

Camila escancarou a boca. Sua prima tentava causar um conflito e a ofendia daquele jeito na cara dura? E na sua frente? Deus, a prima parecia piorar a cada ano.

- Erondine...

- Camila. - Lauren repreendeu. - Erondine, eu não acho que o fato de Camila ter um animal vá me fazer uma esposa tola, ou fazer dela uma mulher mimada. Mas sobre o fato de você ter chamado-a de voluntariosa... - Ele olhou de soslaio para a morena. - Isso eu tenho que concordar.

Camila olhou-o com indignação. E Erondine não sabia se ficava sem graça pela resposta dele, ou se sorria por ele ter concordado com ela na última frase.

- Bem... quer me acompanhar agora para que eu mostre a Mansão? - Ela propôs.

Erondine afirmou com a cabeça e colocou a xícara de chá sobre a mesa.

- Mas é claro.

- Vem conosco, Camila?

De repente Camila sentiu-se mal e indesejada. Levantou do sofá, depositando Clark sobre as almofadas, e respondeu com irritação:

- Não. Pode levar Erondine, Lauren. Eu tenho algumas coisas a fazer agora. Não vai se chatear, vai prima? - Perguntou com sarcasmo.

- Imagine querida! Tenho certeza de que sua esposa vai me fazer uma adorável companhia. - Erondine deu um sorriso cheio de más intenções, sem que Lauren notasse.2

- Perfeito. - Camila forçou um sorriso e passou por eles. Subiu correndo as escadas em direção ao quarto, e ao entrar trancou a porta e se jogou na cama.

Sentia um aperto na garganta.