Capítulo 7

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Carol caminhava por seu jardim em direção a porta de sua casa, com um simples movimento das chaves a loira já entrava em sua residência, a primeira coisa que fez foi tirar seus saltos e subir as escadas.

Ela tentava ignorar as palavras antes ditas por sua amiga, mas era impossível! Óbvio que não estava apaixonada, assim pensava, apenas sente um carinho muito grande pela menina, e quer mantê-la salva, só isso! Concluiu.

Mesmo tentando passar por cima de sua vontade apenas por orgulho, não conseguiu e já andava rumo ao quarto da garota. Ao chegar, notou que a porta estava entreaberta e foi possível ouvir um choro desesperado, ao ficar de frente para o cômodo foi possível ver Therese segurando uma faca contra seu braço.

Ao ver essa cena, Carol correu e arrancou o objeto das mãos de Belivet, movimento esse que a assustou. A loira a olhava atônita, seu coração batia descompassadamente, o ar parecia deixar seus pulmões, e suas lagrimas queimavam seus olhos por serem reprimidas.

— Therese Belivet, o que diabos está fazendo! — Gritou, e novamente assustou a menina, fazendo-a tremer.

Therese encolheu-se e escondeu seu rosto enquanto falava repetidas vezes "desculpa", a senhorita Aird então abaixou-se ao lado da menina, sentou-se no chão e a puxou para si, assim que sentiu o toque, Belivet pulou no colo da mulher e chorou enquanto a abraçava.

— Esta tudo bem Therry, eu estou aqui agora — alisou seus cabelos e beijou sua testa, e enfim permitiu-se chorar.

— M-Me desculpa C-Carol. — Disse olhando nos olhos da mais velha.

— Por favor, me diga o que aconteceu naquela noite com seu pai, eu preciso saber! — Suplicou.

— Eu estava desesperada! Oh Carol... Tem algo dentro de mim que eu não consigo compreender, eu achava que estava doente, achava que precisava ser punida. Foi ai que desci para cozinha e liguei o fogo, eu coloquei uma colher na chama até que ficasse devidamente quente e a coloquei sobre meu braço para que ela pudesse me machucar, ai talvez eu estaria livre de meus próprios pensamentos, só que a dor começou a ficar insuportável então a tirei de meu braço, porém meu pai chegou e viu tudo, e o colocou rente ao fogo. Eu senti minha carne queimar, senti minha pele derreter, eu achava que merecia aquilo, mas eu não estava mais aguentando!

Carol a apertou ainda mais em seu abraço, ela estava tão triste por saber o que a menina havia passado, as palavras que saíram de sua boca a consumiram por dentro, como se fossem balas atravessando seu corpo e atingindo diretamente seu coração.

— Eu não quero mais viver! — Falou apenas em um fio de voz.

A mais velha puxou o rosto da menina fazendo com que a encara-se

— Nunca mais ouse dizer essas palavras novamente, nunca mais!

Carol sentiu um medo imenso ao pensar em não ter mais Therese ao seu lado, com certeza não deixaria isso acontecer, ela lutaria ao lado da menina para que ela voltasse a gostar de estar viva!

— Vamos Therry, precisamos limpar esse corte, antes que infeccione.

A loira levantou-se do chão  e ajudou Therese a fazer o mesmo, pouco tempo depois já se encontravam dentro do banheiro, onde Carol limpava e fazia um curativo na menina.

— Logo me tornarei uma enfermeira de tanto que te faço curativos — Falou com um meio sorriso tentando quebrar o clima frio que se encontrava.

— Você seria a melhor delas...

Carol levantou seu rosto na mesma altura em que estava o de Belivet enquanto sorria, ao olha-la mais atentamente viu como a menina ficava linda com aquele rosto choroso, passou o olhar por todos os traços presentes, sua parte preferida era seu nariz em um tom avermelhado em contraste com sua pele alva, em seguida olhou para sua boca, céus, como queria tomar aquela boca para si... Ao perceber onde seus pensamentos a levaram, os afastou o mais rápido possível, julgou que estaria apenas confusa dado as palavras de sua melhor amiga.

Carol, and ThereseWhere stories live. Discover now