ᝰ ( 𝟬𝟬 ) 𝖯𝖱𝖮𝖫𝖮𝖦𝖴𝖤

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NO MEIO DE uma bagunça chamada vida, meu começo não foi nada convencional. Ele não fora marcado por berços de ouro e tampouco sorrisos maternos para me acolher, mas sim pela solidão fria e a sombra da incerteza. Nascida em 30 de julho, trazendo comigo o fardo de ser abandonada à própria sorte pela mulher que deveria me proteger desde o primeiro suspiro de vida. Meu pai, lutando contra as correntes de suas próprias falhas, tentou, como pôde, assumir o papel que a vida lhe impôs, mas logo fui entregue aos cuidados árduos de minha avó, uma mulher cuja firmeza rivalizava com a dureza das ruas que agora chamava de lar.

Los Angeles, essa cidade de contrastes onde as estrelas brilham tanto quanto as sombras se alongam, foi meu cenário de infância. Cresci sob o teto de uma família mergulhada em sombras, onde o tráfico de drogas era a moeda de troca e a criminalidade uma marca indelével. Eu era apenas mais uma peça nesse jogo perigoso, ajudando meus tios a ocultar suas atividades ilícitas, um pequeno peão em um tabuleiro de perigos iminentes.

Na escola, o bullying era um eco constante, uma trilha sonora dissonante para uma vida já marcada por dissonâncias. Mas, apesar das adversidades, eu me mantinha firme em minha própria pele, aceitando-me como era, magra demais aos olhos cruéis de crianças cruéis, mas forte em minha própria essência.

Foi na pré-escola que encontrei os alicerces frágeis de uma amizade que moldaria minha jornada. Rue, uma alma tão torturada quanto a minha, tornou-se minha companheira nas tormentas que a vida nos reservava. Unidas por nossos demônios compartilhados, encontramos consolo nas drogas, uma fuga temporária para os abismos que nos rodeavam.

Maddy, um raio de sol em meu céu obscurecido, era o elo que mantinha minha humanidade intacta. Mas mesmo sua luz não pôde iluminar completamente as sombras que se formavam entre nós desde a chegada de Nate, um catalisador de mudanças indesejadas em nossa dinâmica.

No verão ardente que se seguiu, entreguei-me à vertigem de um romance proibido com Nate, afundando-me ainda mais na teia complexa de emoções e impulsos que regia minha vida. Sua presença era como uma droga, um êxtase fugaz que obscurecia as realidades que preferia ignorar.

Mas, como uma narradora enviesada pela ira e paixão, sei que minha visão é distorcida, meu relato parcial. Minha história, como todas as outras, é uma tapeçaria de pontos de vista entrelaçados, cada fio contribuindo para o tecido complexo de minha própria euforia.

𝖠𝖴𝖳𝖧𝖮𝖱'𝗌 𝗡𝗢𝗧𝗘𝗦

🪩 ᝰ 01 : escrevi esse capítulo inspirada, com sono e melancólica (espero que tenham gostado).

🪩 ᝰ 02 : se não gostarem deste tipo de escrita podem avisar, farei o meu melhor!

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 31 ⏰

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