A noite,antes do jantar,o diretor me chamou:
-Mil,me acompanhe por favor? -falou o diretor.
-Eu não tenho outra opção mesmo. -respondi baixo.
Fui com o diretor e ele me levou até sua sala. Ele pegou um telefone que estava em cima da mesa dele e ergueu para mim:
-O seu pai quer falar com você.
-O meu pai? O que o meu pai quer comigo?
-Você só vai descobrir se atender.
-Eu não quero falar com ele.
-Mil,agora!
Peguei o telefone e atendi. O diretor saiu da sala me deixando sozinha.
-Oi. -falei.
-Mil,filha. Quanto tempo! Como está indo aí? -falou meu pai.
Faz tempo que não ouvia aquela voz. Falar com o meu pai sempre é uma coisa difícil. Sempre foi assim!
-Está tudo péssimo e a culpa é sua!
-Aposto que não está tão ruim assim,Mil.
Confessei.
-É. Até que não está tão ruim aqui. Poderia estar pior,se é isso que quer saber.
-Muito bom saber disso.
-Por que me ligou?
-Queria te falar que amanhã eu vou ir aí te ver.
-Você vai vir na escola para me ver?
-Sim. Algum problema?
-Não. Apenas não temos motivos para se ver.
-Mas eu tenho,Mil.
-Que motivo?
-Conversar.
-Belo motivo.
-Tenho que encerrar a ligação. Tenho que trabalhar.
-Como sempre o trabalho em primeiro lugar.
-Não começa!
Fiquei quieta.
-Tchau,filha. Até amanhã. Estou com saudades.
-Pena que não posso dizer o mesmo.
Desliguei o telefone e abaixei a cabeça para respirar.
O diretor entrou de volta na sala.
-Como foi a conversa? -perguntou ele.
Percebi que tinha uma lágrima descendo do meu olho, então limpei correndo com a mão.
-Não poderia ter sido mais normal.
Saí da sala e fui me sentar num banco ao lado do refeitório.
YOU ARE READING
Escola de poderes
RomanceSeja bem vindo ao mundo de... bom,não importa. Essa é a história de uma garota,metida,rebelde e mimada que vai para uma escola de poderes pois seu pai diz que ela tem "um poder". O que é uma piada para ela pois ela não acredita nessa coisa de poder...