Capítulo 02

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[...]

DIA SEGUINTE

— Acorda, garota! Está na hora da nossa oração, antes de pegarmos a estrada. — Minha mãe me acordou me entregando um terço e acendendo uma vela no meu criado-mudo. Olhei para o relógio e marcava cinco da manhã. Bufei irritada e joguei o teço no chão com raiva.

— Quero que se dane seus costumes religiosos. Vou voltar a dormir! Só me acorde quando estiver na hora de ir desse inferno para o outro. — Me cobri novamente com o cobertor cobrindo completamente a cabeça e ouvi minha mãe resmungar:

— Pois eu sim, vou rezar para a sua alma que está querendo se perder nesse mundo profano... Espero que Deus seja misericordioso com você. — Revirei os olhos e tentei voltar a dormir, o que era impossível com minha mãe rezando em voz alta o terço todo...

[...]

Já estávamos na estrada, eu chorava. Chorava por perder de vez minha liberdade, chorava por perder meus amigos, chorava por perder minha juventude. Pois pesquisei na internet na noite anterior como era o internato e descobri que só poderia sair de lá após completar 21 anos formada para ir para o convento, se essa fosse minha vocação. E eu não queria aquilo. Só queria viver como a maioria das meninas da minha idade.

Após quase uma hora e meia de viagem, vi que chegamos no vilarejo afastado do centro da cidade. Aqui era um distrito da cidade onde eu vivia. Era um vilarejo até que jeitoso. Pelo menos o centro do vilarejo. Pelo que pude reparar aqui tem fazendas e praias ao mesmo tempo. Algumas apropriadas para banho, outras para pesca e outra para surf.
Suspirei pesadamente e mais uma vez paramos em uma estrada de chão.
Meia hora depois, chegamos naquilo que eles chamavam de internato. Minha ficha parecia não ter caído ainda. Eu estava prestes a ser trancada até meus 21 anos dentro de um quase convento...

[...]

— Olá, Madre. Finalmente trouxe minha filha. Tenho certeza que ela vai adorar passar esse tempo aqui com vocês. — A madre sorriu para mim e eu revirei os olhos.

— Sinceramente, minha mãe está equivocada. Eu não nasci para ficar sem a vida mundana como dizem... — Avisei e a madre me encarou estranhamente e minha mãe me deu uma cotovelada na costela que doeu.

— Não se preocupe sra. Holerback. Sua filha será muito bem cuidada por nós. A cada quinze dias, ela poderá visitar vocês por um final de semana, claro, só se comportar aqui no internato.

— Isso é uma prisão infernal ou o que?

— Modos filha! — Meu pai advertiu e eu dei de ombros.
Após as apresentações, apanhei minha única mala com pertences íntimos e algumas roupas que eu amava usar, e fui levada por uma das supervisoras ao tal quarto aonde eu ficaria.

Cheguei no quarto e havia quatro camas. As três já estavam ocupadas e havia uma desocupada no canto da parede que ficava de frente para a porta. Bufei nervosa jogando a mala sobre a cama.

— Bem... como já sabe, temos regras aqui. Todos os dias as cinco da manhã levantamos vocês para a oração. As seis e meia despertamos vocês para o café, não se esqueça que antes do café precisa deixar sua cama devidamente arrumada. As 8:00 vocês têm aula na outra ala. Após as aulas, terá o almoço. Após o almoço a arrumação do recinto isso inclui as lavagens de roupa que vocês mesmo levaram para as máquinas e depois estender e passar. Depois novamente a oração. Depois o sinal bate para o lanche da tarde. O final da tarde tomar banho para ir à missa, A noite podem assistir a televisão, claro sobre nossa supervisão. Depois vem o jantar e as 10:30 apagamos as luzes para dormir. Mais alguma dúvida? — Eu fico boquiaberta diante tantas regras.

Meu Irresistível Pecado (COMPLETA)Where stories live. Discover now