Capítulo III

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- Você, Zelda Spellman, está ciente dos riscos que esse ritual pode vir a ter?

- Estou.- Zelda respondeu, firme.

- Declara que está aqui por livre e espontânea vontade e não sente desejo nenhum de retornar?

- Declaro.

- Pois bem, que inicie-se o ritual.

O coração de Zelda palpitou quando ela deu cinco passos até o círculo de ossos brancos. Madame Felícia a encorajou com o olhar e ela seguiu em frente, deitando-se no círculo e ficando o mais imóvel que conseguia. A condutora do ritual, Felícia, entoava cânticos e feitiços para atingir o objetivo de Zelda: Encontrar-se com Mambo Marie, onde quer que ela estivesse.

Madame Felícia puxou uma faca prateada de algum lugar de sua roupa e habilmente cortou a palma da mão da Spellman. O sangue jorrou para dentro de uma vasilha também prateada e a mulher começou a derramar o líquido carmesim em volta do círculo sendo mais furiosa em suas entoações. Palavras essas que Zelda não entendia, mas confiava.

As duas mulheres estavam sozinhas no subsolo da loja, um lugar pouco arejado mas reservado o suficiente.

Com um suspiro, Madame Felícia caiu sentada sobre a cadeira e Zelda esperou algo acontecer com suas alma e consciência. Longos minutos passaram-se e nada.

- Madame Felícia, está tudo bem? - A ruiva indagou, preocupada.- Creio que algo deve ter saído errado.

- Oh não minha querida, tudo saiu exatamente como o planejado.- Levantou-se e seguiu para a mesa recolhendo os objeto e dirigindo-se para fora dali.

- Como...? Eu ainda estou aqui, não pode ter dado certo. Ouça, exijo que repita tudo novamente ou...

- Ou o que, Spellman? Você não conseguiria machucar nem uma mosca se quisesse, então trate de abaixar o seu ego.

Irritada com tamanho absurdo Zelda tentou conjurar um feitiço de ataque. Passado alguns segundos, nada mudou. Felícia gargalhou enquanto via as inúmeras tentativas frustadas de Zelda.

- Se ainda não advinhou, eu vou facilitar pra você. Está presa em uma prisão invisivel, inibida de seus poderes.

- Porquê? Porquê está fazendo isso? O que você ganha?

- O que eu ganho? - O sorriso que antes era de zombaria tornou-se sombrio.- Vingança Spellman, é isso que eu ganho.

(...)

De volta ao castelo Lilith divergia-se entre invadir a privacidade de Zelda e procura-la através do feitiço ou deixar tudo do jeito que estava.

Como um bom demônio que era, a rainha escolheu a primeira opção.

O círculo de velas no quarto dela serviria como um portal que conectaria quem estava procurando com quem estava sendo procurado. O essencial seria um pouco de sangue, no entanto, fios de cabelos ruivos resolveriam com um pouco mais de paciência e trabalho.

Rápida e precisa, Lilith jogou os fios de cabelo no círculo e começou a entoar as palavras certas. O espelho ao seu lado anuviava-se procurando o que estava sendo pedido. Com um pouco mais de fúria ao pronunciar as palavras a mãe dos demônios conseguiu ver imagens desconexas.

Desconexas e perturbadoras.

Zelda esmurrava paredes invisiveis que deixavam suas mãos e pulso arroxeados enquanto estava ajoelhada no chão. Os cabelos tão bem penteados estavam uma bagunça e seu rosto tinha alguns hematomas.

O espelho anuviou-se novamente perdendo a conexão. Lilith passou as mãos pelos cabelos castanhos e com uma pequena chama de fúria crescendo em seu peito perguntou-se:

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⏰ Última atualização: Jul 13, 2021 ⏰

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