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Muita coisa mudou nesses 2 meses. Nossas vidas tomaram seus rumos novamente. Famílias voltaram a ser unidas. A justiça foi feita.

Por conta de todas as evidências, confissões e testemunhos, Ashley e John foram sentenciados à prisão perpétua por sequestro, tentativa de homicídio, invasão de privacidade, desvio de dinheiro e diversas outras coisas. No entanto, apenas John cumpre sua sentença. Ashley acabou falecendo semanas depois devido a uma infecção generalizada.

Semanas depois do meu resgate, a autópsia de Tony constatou que havia elevadas quantidades tóxicas no seu sangue, levando a crer que ele tenha se envenenado.

Eu comecei a fazer acompanhamento psicológico como conselho da equipe médica. Não apenas por causa do trauma que vivi nesses últimos meses, mas também pelos acontecimentos do passado, com a minha família, na infância, com Lucas. Felizmente, Andressa, a psicóloga, vem fazendo excelentes progressos comigo.

Shawn e eu não resolvemos esperar. Ele por insistência, acabou me convencendo para marcarmos o casamento para antes do nascimento de nosso filho. Ou filha. Escolhemos não saber o sexo. Queríamos nos casar antes do verão quente de LA.

E aqui estava eu. Em um quarto de hotel com vista para o imenso Pacífico azul e infinito, rodeada por mulheres e homens que ajustavam meu vestido branco – mas com leves tons de creme – e meu cabelo. A cerimônia seria na igreja onde o teto tivesse espécies de claraboias, que permitiam que os raios do pôr do sol entrassem, deixando tudo mais romântico e aconchegante.

- Você tá linda, filha. – minha mãe dizia enquanto limpava seu rosto delicadamente com um lencinho, sem estragar sua maquiagem.

Ao lado dela estavam Amy e Karen, ambas chorando e sorrindo de orelha a orelha, assim como eu.

Me olhei no espelho novamente, admirando o belo vestido rendado com pedras brilhantes na cintura, que marcavam bem minha barriga já ressaltada. No rosto, uma maquiagem nos olhos leves, mas o batom vermelho. O cabelo meio preso com um delicado adereço também cintilante. Escolhi não optar por usar véu. Nas minhas mãos trêmulas, um pequeno buquê com rosas vermelhas e amarelas.

Ao me olhar, senti meus olhos começaram a se encher de lágrimas.

- Ah, não, querida, por favor, não estrague minha obra. – o maquiador falou, já passando um paninho debaixo de meus olhos antes que as lágrimas caíssem.

Ouvimos batidas na porta e todas nós nos olhamos confusas, tentando adivinhar quem seria.

- Shawn, se for você, pode ter certeza que você não entra hoje na igreja! – Amy gritou, fazendo todas nós rirmos.

Meu pai abre lentamente a porta, colocando apenas metade do corpo para dentro. Vi pelo reflexo seus olhos vagarem pelo local e sua boca abrir como se fosse falar algo, mas assim que caiu o olhar sobre mim, ficou sem palavras.

- Camila... – ele falou já choroso, entrando completamente no quarto. Veio até mim e se posicionou ao meu lado, onde nos encarávamos pelo enorme espelho. – Você está maravilhosa.

- Obrigada, pai. – falei também emocionada, o abraçando.

- Licença... – uma terceira voz surgiu no ambiente na direção da porta. Era Amélia.

Fizemos gestos para que ela entrasse e, assim como meu pai, assim que me viu, não conseguiu segurar as lágrimas.

Desci da parte mais altinha, onde me deixavam mais alta para ajeitarem o vestido, e andei até ela, abraçando-a.

Seu cheiro adocicado, suas mãos macias, e o conforto de seu abraço me davam sensações nostálgicas e relaxantes. Quando nos separamos, vimos que mais ninguém estava no quarto além de nós.

The Power of DestinyWhere stories live. Discover now