Sobre a solidão, o amor e a cidade

um cappuccino, por favor

UM CAPPUCCINO, POR FAVOR

Era uma tarde fria
Eu precisava de alguma coisa para me esquentar
Peguei minha jaqueta e fui até um café próximo de casa
Quando entrei no lugar
Vi o Bukowski sentado, olhando a bunda da garçonete
Típico dele
Eu não fui até ele dizer que lia os seus livros
E provavelmente, não seríamos amigos mesmo

Fiquei sentado e pedi um cappuccino
A moça que me atendeu, era uma bela mulher
Acho que tinha seus vinte anos
Uma morena, cabelos volumosos e cacheados

Enquanto eu esperava o capuccino
A porta do café se abriu
Uma mulher, alta
Vi que o Bukowski a olhou de lá da sua mesa
Ele estava sozinho
Ela foi até o balcão
Ele então levantou de onde estava e foi até ela
Se aproximou
Disse que era um escritor
Ela sorriu
E os dois prosearam ali

- Seu cappuccino, senhor
- Obrigado
A morena se foi
Eu fiquei encantado por ela
Muito educada e de uma voz muito doce
Mesmo em poucas palavras pude notar

Quando meu olhar voltou-se para o balcão
Vi a mulher alta saindo com o Bukowski
Velho safado, eu pensei
Mas ele conseguiu

E eu, só queria tomar o meu café
E ver a garçonete
Talvez eu retorne aqui amanhã
Se minha casa fizer frio
Eu volto aqui
Nada como um bom café
Para começar a esquentar às coisas