Capítulo 1

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Meu Deus ... 

Essa é a minha primeira fanfic do ano, e eu não posso dizer que gostei muito não. Mas foi um bom exercício, tentar escrever mesmo sem vontade, e por mais que não tenha ido as mil maravilhas, ainda agradeço o projeto do mondesafio por incentivar a gente a escrever mais. Afinal, tem que se escrever muitas histórias ruins para poder começar a escrever as boas. 

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Hoseok não conseguiu evitar fugir dali.

Por mais que soubesse que seu pai iria ficar furioso quando finalmente voltasse para casa e que estava fazendo um "papelão" na frente da família e dos conhecidos, não pode evitar.

O funeral de sua mãe estava muito cheio para o seu gosto. O número de rostos tristes e indivíduos elegantemente vestidos com roupas pretas, com certeza não correspondia a quantidade de visitas que sua mãe havia recebido no hospital em seus últimos dias. O número de lágrimas falsas e tapinhas nas costas, não era nem perto do número de risadas calorosas ou abraços confortantes que deveriam ter sido oferecidos na hora da dificuldade. "Ela era uma boa pessoa" eles diziam, mas como sabiam? De que valia esse veredicto?

O seu desconforto com tudo aquilo era evidente durante toda a cerimônia, apesar de os olhares rígidos do seu pai estarem fazendo seu trabalho de mantê-lo no lugar. Mas no segundo em que viu o rosto de sua mãe ser selado para sempre no caixão de madeira, não conseguiu mais fingir, e saiu de fininho na primeira oportunidade. Porque agora o que havia sobrado? Condolências falsas de pessoas que não conhecia, que mais do que ajudar, naquele momento serviam como jogar sal em uma ferida.

Hoseok tinha acabado de perder a pessoa mais importante da sua vida, seu porto seguro. Como podia agora, no seu momento de maior vulnerabilidade, se contentar com toques frios de estranhos? O sol tinha se posto pra sempre naquele dia, e Hoseok não deixaria o resto do seu calor ser sugado apenas para manter as aparências. Para ele, de nada adiantava pintar a fachada de uma casa se sua fundação estava em ruínas.

Então assim que passou pelos portões do cemitério e teve certeza de que ninguém mais podia vê-lo, Hoseok correu o mais rápido que conseguia. Queria ficar sozinho, para que ninguém pudesse corromper suas preciosas memórias da sua mãe com palavras friamente calculadas e sem significado.

Se viu correndo por entre as árvores cada vez mais altas da pequena floresta vizinha que cercava os arredores, mas não se importou, indo cada vez mais rápido para testar os seus limites. A senhora Lee sempre tinha amado o verde, e talvez fosse daquilo que precisava para se sentir mais próximo dela agora.

Aos poucos, sua corrida frenética se tornou um trote lento, a mudança de ritmo permitindo que ele apreciasse a paisagem. Hoseok respirou fundo, enchendo seus pulmões de ar puro e sentindo uma ardência agradável. Ele gostava da maneira que o exercício tirava a sua cabeça das preocupações, quando seus músculos começavam a doer e seu peito contraia. Depois, quando sua respiração voltava ao normal e seu corpo voltava a resfriar, tudo parecia mais simples.

As folhas vibravam com um tom verde, e suas mãos coçaram para tocar na natureza. Seus dedos sentiam a aspereza do tronco das árvores e o canto dos pássaros e outros barulhos da floresta preenchiam seus ouvidos. Tudo era tão silencioso e tão barulhento ao mesmo tempo.

Mesmo estando longe da cova de sua mãe, sabia que estava muito mais perto dela do que qualquer uma das pessoas que estivessem no funeral até agora.

Fazia tempo que Hoseok não se aventurava daquele jeito. Quando era bem novo, se lembrava de fazer piqueniques com sua mãe muito animada e seu pai levemente relutante. Não por muito tempo, porém, porque nem ele conseguia resistir a alegria contagiante da senhora Lee, que fazia a família passar o dia colhendo frutas e observando animais, brincando como crianças até o dia escurecer. É claro, isso tinha sido antes dela adoecer.

Lugar SecretoWhere stories live. Discover now