Capítulo Único: Dia dos Namorados

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— Bom dia, amor.

Quando Hoseok abriu seus olhos pode ver a figura de seu amado deitado a sua frente o encarando com aquele belo par de olhos castanhos. Se sentiu, como em todos os dias, o cara mais sortudo do mundo por o ter ali consigo.

Respirou fundo fechando os olhos curtindo os poucos segundos de sono que lhe restavam.

— Vamos amor, levanta.

Ouvir aquela voz grossa e rouca pela manhã com certeza era uma das sete maravilhas do seu querido 'Hope world'. As outras seis eram outras características de Taehyung que Hoseok amava e apreciava todos os dias igualmente. Amava aquele homem da cabeça aos pés.

Resistindo ao pedido do outro, levou seus braços enlaçando a cintura alheia e o puxando para que os corpos ficassem grudados em uma demonstração singela de afeto. Sentiu o outro se acomodar em seus braços apertando o enlaço.

— Hobi...o café vai esfriar. Já está tudo na mesa.

— Só mais uns minutinhos, amor. Quero ficar aqui grudadinho com você. Meu irritadinho.

— Aish Hobi, você nunca vai esquecer isso?!

O mais velho sentia o outro o apertar mais e tinha a certeza de que estaria com um lindo bico em seus lábios, mesmo que devido a posição, não fosse capaz de ver.

— Como eu poderia esquecer o dia que nós nos conhecemos?

— Bom... — Taehyung pensou um pouco. Odiava lembrar o quão ruim foi com seu hyung quando se conheceram. Ele não havia feito nada de errado e mesmo assim o mais novo tinha descontado seu estresse e preocupação em cima de si. Se sentiu tão mal com isso, que acabou por passar semanas pensando no homem de cabelos ruivos com quem tinha gritado no parque. — Podemos ignorar aquele dia e considerar o dia que nos encontramos naquela apresentação de dança...foi mais bonitinho.

A última frase saiu quase que sussurrada. Apesar de já ter pedido desculpas ainda se sentia mal pelo seu amado. Já Hoseok lembrava daquele dia quase como um momento engraçado. Para si aquele engano havia sido um pouco incômodo no início, porém no fim acabou que aquele moreno irritado que gritara consigo no parque se tornou o motivo de seus pensamentos mais sonhadores e sorrisos diários.

Dois anos atrás

Taehyung já estava a ponto de surtar. O período de quarentena já se estendia até quase o segundo mês. Acabara que por obra do destino toda a confusão havia se dado quando passava uma semana de férias na casa de sua avó em Daegu, o que por um lado foi bom já que haveria alguém ali a disposição para tomar conta da senhora, porém por outro era uma tortura para Taehyung que estava acostumado com movimento da capital ficar parado trancado dentro de casa ainda por cima em uma cidade que não possuía os restaurantes que gostava de pedir comida de vez em quando. O que resumia seus dias a tédio e desejos não concedidos.

Era mais um dia para si que ficava grande parte do tempo trancado no quarto de hóspedes que já virara seu. O dia pela primeira vez em tempos estava mais bonito. O sol resolveu deixar de se esconder atrás das nuvens e se mostrava radiante no céu.

A casa que possuía dois andares e um pequeno quintal, era deveras silenciosa. Se ouvia apenas ao longe alguns passarinhos – chatos, na opinião de Taehyung – cantarem. Já passava das três da tarde. Avó e neto haviam feito uma refeição simples no almoço algumas horas mais cedo e agora cada um estava em seu canto.

Apesar de amar muito sua avó, não possuía muitos assuntos para conversar. Todos haviam sido gastos nos primeiros dias de quarentena o que gerava um clima meio chato, já que pareciam dois estranhos habitando a mesma casa.

Meu Irritadinho | vhope Where stories live. Discover now