Capítulo 19- Irrefragável

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Lembro do dia em que entrei naquela casa, do dia em que vi Miles e Flora pela primeira vez, do beijo e do dia em que minha amiga me abandonou.

Esses momentos se tornaram apenas simples e distantes recordações.

Nada é para sempre, nem a maldição Fairchild, nem meu amor por Miles e menos ainda minha mágoa de Clara... Tudo passou, ou pelo menos foram esquecidas.

Voltei a minha rotina normal como professora do terceiro ano, fiz novos amigos e até um namorado... Bom, por um tempo.

Esse ano foi o mais monótono que já tive na vida, apesar disso minha mãe foi se recuperando, Sagie vinha me visitar quando a liberavam e na maior parte das vezes nos discutíamos e ela voltava com raiva.

Será que eu nunca vou conseguir ter uma relação normal com minha própria mãe?

Me sentia como se não fosse amada por ninguém, e nunca irei amar alguém como amei Miles... Triste mas pura verdade.

Me levanto para começar mais um dia, me arrumo e tomo café da manhã... Não estava nem um pouco disposta a levantar da cama mas tive de ir mesmo assim.

O dia foi se afastando e os minutos se tornaram horas, finalmente cheguei!

Notei que a caixa de correio estava aberta e fui até lá verificar... Uma carta interassada a srta "Kate Mandell"

O que poderia ser tão urgentemente ou formal de mais para não ser dito ao telefone?

Entrei dentro de casa, guardei minhas coisas e depois segurei aquele pedaço de papel, respirei fundo e começei.

" Cara Kate,

Não fomos apresentadas ainda, meu nome é Celeste.

Creio que a senhorita seja a última governanta que trabalhou para minha família e é com grande tristeza que venho lhe comunicar o falecimento de Grose Fairchild.

Ela era minha irmã, mas acima de tudo a melhor amiga que eu poderia ter.

Depois que os pais de Miles e Flora morreram eu me afastei para não causar mais transtorno aos irmãos ou a Grose.

Hoje estou de passagem na mansão, recebi a notícia a mais de duas semanas e estava a sua procura.

Não foi um acidente, minha irmã se suicidou no fim de semana de um dia de folga.

Eu não tenho como cuidar dos dois irmãos porque tenho quatro filhos, não posso lhe pedir para tomar a guarda dos menores então estão em um orfanato.

Sei que a senhorita não tem mais nada a ver com eles mas achei que tinha o direito de saber.

Ass: Celeste Fairchild. "

Olhei ao redor e minhas mãos começaram a tremer, porque Grose? Que motivo você tinha para ter feito isso?

Depois de mais de um ano fora não os conhecia tão bem então não tinha o direito de questionar. Com tudo que aconteceu comigo eu pensei em me suicidar algumas vezes, mas não o fiz por conta de Clara.

O que aconteceria com aquelas crianças?
Minha pequena?
E meu antigo amor!?

Iriam ficar alí até que alguém se interessasse por eles e os adotassem, como iria permitir isso?
Como deixar puro-sangue nas mãos de qualquer pessoa.

Sem pensar duas vezes em entrei no carro e fui até o orfanato da cidade, precisava reve-los uma última vez.

Fui atendida por uma idosa, estava com um ar cansado e me olhou simpatica.

Os Órfãos Where stories live. Discover now