Cap 3

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Eu decidi ficar na minha mesmo, só apreciando a beleza daquele menino de longe e vendo ele tocar aquele violão para animar a festa... e por algum motivo eu estava gostando de ficar ali e não queria ir pra casa, logo eu que não queria nem sair da cama! será que eu estava tão apaixonada assim?

Mas depois de um tempo eu fui pra casa com os meus pais. E no dia seguinte teria que encarar a escola, onde eu ia encontrar meus "queridos amigos" que fizeram o favor de desencadear a minha insegurança.

No dia seguinte, quando o meu despertador tocou, eu já levantei querendo deitar novamente. Não queria ir de jeito nenhum a escola. Tomei um banho, coloquei minha roupa, penteei meu cabelo, passei um gloss, peguei uma banana e fui comendo no caminho da escola.

Chegando lá eu percebi que todos estavam olhando para mim, debochando, estavam cochichando entre si, parece que a escola toda já sabia que eu era uma iludida sozinha. O clima estava ficando cada vez mais pesado. Até que eu me tranquei no banheiro até o sinal tocar para a primeira aula.

Chegando na sala de aula eu percebi que o professor estava atrasado e estavam todos conversando fora dos lugares aguardando a aula começar. Entrei e logo vi todos os olhares vindo em minha direção. "Mas que merda! Por que estão todos me olhando desse jeito?"- pensei. Acelerei meus passos em direção ao fundo da sala de aula, para sentar mais isolada de todos.

Assim que sentei e arrumei minhas coisas encima da carteira, entraram na sala de aula Débora, Thays e Nat, as mesmas que foram em minha casa e me humilharam. Pararam as três no meio da sala de aula em minha direção, e começaram a debochar.

- Olha quem está ali, a iludida que achou que tinha amigos! - disse Débora rindo, debochando e apontando para mim. A turma toda riu junto.

Eu me fiz de demente, coloquei os fones no ouvido e fingi que nada estava acontecendo. As garotas ficaram revoltadas porque eu estava ignorando totalmente o que elas estavam dizendo. Nat então chegou mais perto de mim arrancando meus fones de ouvido e jogando os no chão.

- Eiiii! Garotinha?! Será que não está escutando? Estamos falando com você! - disse revoltada.

Eu mais uma vez me fiz de demente, me abaixei para pegar meus fones como se elas não estivessem ali.

Quando eu me abaixei para pega-los, Thays me empurrou e eu acabei caindo para trás. E nisso toda turma toda começou a gargalhar e gravar com o celular tudo que estava acontecendo.

- Qual é o problema de vocês? Será que não podem me deixar quieta?! - digo ainda no chão.

- Cadê seus amigos agora pra te defender? Ah é! Tinha me esquecido que você não tem mais nenhum amigo! - disse Thays debochando. - Sabe porquê você não tem amigos? Porque você não passa de uma menininha feia e chata! Você é uma garota insuportável e ninguém aguenta ficar com você! Por isso que todos te descartam como se fosse um lixo! - completou Débora.

Enquanto isso todos estavam filmando e rindo da situação. Eu ainda estava no chão, chorando. Quando um menino chegou até mim e estendeu a mão me ajudando a levantar.

- Ei! Levante! Venha, eu te ajudo. - disse o menino enquanto estendia a mão para me ajudar.

Eu dei a minha mão a ele e levantei. Ele olhou em meus olhos e enxugou as lágrimas que estavam caindo. Enquanto as garotas estavam observando a cena não gostando muito do que estava acontecendo.

- Não ligue para essas pessoas! Você não é isso que elas disseram, você é uma garota linda. E não se preocupe, você não está sozinha, eu posso ser seu amigo. Sente comigo! - disse o menino.

- Muito obrigada! Muito obrigada mesmo... - digo agradecida.

E nós sentamos juntos. Apesar dele ter me ajudado eu estava com medo de ser amiga daquele menino e ele acabar me iludindo, mas pelo incrível que pareça eu consegui manter a calma e resolvi dar uma chance pra ele ser meu amigo. Então eu confiei nele e fiz amizade.

- Então... qual é o seu nome? - digo enquanto enxugava as lágrimas que que caiam em meu rosto.

- Otávio. E o seu é...?

- Meu nome é Sophie!

- Que nome lindo!

- Ah! Muito obrigada! Você é novo aqui? Nunca tinha te visto... - digo tentando puxar assunto.

- Não, não! Estudo aqui já faz uns 4 anos.

- Ah que legal! Eu comecei a estudar aqui ano passado...

E a nossa conversa continuou até o professor chegar. O Otávio parecia ser um bom menino, ele me ajudou quando as meninas estavam me humilhando, me chamou para sentar com ele e ainda quis ser meu amigo. Espero que eu não esteja me iludindo demais achando que ele está sendo verdadeiro comigo...

———————

Um bom tempo já tinha se passado, eu continuava sendo humilhada pelas meninas todos os dias na escola. Mas o Otávio continuou comigo e se tornou meu melhor amigo (e único amigo também). Ele ia na minha casa, fazíamos todas as lições juntos, estudamos juntos, íamos e voltamos da escola juntos, fazíamos praticamente tudo juntos, e nisso nossa amizade e carinho um pelo outro só foi crescendo.

E eu por algum motivo já me sentia bem a vontade com ele, e não sentia mais medo dele me descartar como um lixo. Eu sentia que a nossa amizade era verdadeira, até porque o Otávio era a melhor pessoa que eu já tinha conhecido.

Um certo dia, no intervalo da escola, eu resolvi contar pra ele tudo que aconteceu na minha vida a partir dos meus 15 anos, contei da minha infelicidade, das minhas inseguranças, da minha relação com os meus pais, contei até da minha quedinha pelo menino da igreja. Ele ficou assustado pois não fazia a menor ideia do que eu estava passando escondida do mundo.

- Uau, não sabia que você se sentia assim na maior parte do tempo... - Disse assustado.

- Pois é, eu sei fingir bem...

- Mas você nunca procurou um psicólogo ou algo do tipo? Isso pode ser sério, Sophie... - Diz.

- Não. Eu já até pensei em procurar algum, mas preferi deixar em off. - digo.

- Mas você sabe que eu estou aqui com você, não é? Qualquer coisa você pode vim desabafar comigo. - diz enquanto me abraça.

- Obrigado, Otávio. Você é a melhor pessoa que eu já conheci. - digo dentro do abraço dele. Logo em seguida o sinal toca, indicando que devemos voltar para aula.

Enquanto caminhávamos para sala de aula ele não quebra o silêncio e me faz perguntas.

- Então quer dizer que a senhorita Sophie tá caidinha pelo gatinho violinista da igreja? - diz me zoando - Já falou com ele? - completa.

- Haha! Cala boca, palhaço! - digo zoando ele de volta- Não, ainda não! Morro de vergonha de falar com ele... - completo.

- Você devia ir falar com ele, Sophie. Tenta fazer mais amizades, você tem que superar esse seu medo. Eu vou te ajudar com isso, ok?! E você sabe que se te tratarem mal eu saio de onde estiver e mato um por um!- Diz enquanto sentava em sua cadeira.

- Haha, olha ele! Virou meu super protetor?! - digo rindo e sentando ao seu lado.

- Você sabe que eu te amo, baixinha. Eu faria qualquer coisa por você. Faria qualquer coisa pra te ver feliz...- Diz olhando nos meus olhos e fazendo carinho com os dedos em minha bochecha.

Naquela hora meu coração bateu até mais forte. Ninguém nunca tinha me dito aquilo, eu não sabia nem o que dizer. Meus olhos se encheram de lágrimas, minha mão tremia, e mesmo gaguejando eu disse:

- eu... eu também amo você, Otávio.

Ele sorri e me abraça em seguida. E a partir daquele momento eu senti mais ainda que o Otávio era o melhor amigo que eu poderia ter.

Mas ao mesmo tempo eu senti medo porque ninguém nunca tinha me dito aquilo, e por um segundo passou pela minha cabeça: "será que ele sente alguma coisa por mim além da amizade????".

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✨✨Estão gostando da história? Se não, AGUARDEM, porque vem muita bomba por aí!!✨ ✨

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⏰ Last updated: Jan 19, 2021 ⏰

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