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Fernanda

Era dia 01 de Janeiro de 2019 e ao som dos fogos e de uma música que tocava na festa da minha casa, eu abraçava meu pai, e meus irmãos, desejando a eles um feliz ano novo, mal sabia eu que seria esse o ano mais louco de toda a minha vida.

Tudo parecia normal, até alguns dias depois, eu reencontrar a Carol, minha melhor amiga de infância totalmente do nada enquanto voltava da faculdade.

-Fernanda? -Ela falou e eu a olhei- Meu Deus é você mesmo! Você não mudou nada.

-Ca...Carolina? -Falei e ela riu

-SIMMM! Sou eu Nanda.

Nos abraçamos enquanto gritavamos.

-Meu Deus quanto tempo! -Ela falou

-Você sumiu! Onde tava esse tempo todo Carol?

-Na França.

-Que chique -Falei rindo- eu tentei te procurar de todos os jeitos nas redes sociais, assim como o Gabriel, mas eu não te achava, de jeito nenhum.

-Eu não tinha redes sociais até 15 dias atrás -Ela falou e eu a olhei abismada- Meu foco era estudar e eu não pensava em mais nada.

Rimos.

-Mas por falar no Gabriel, sabe dele, tem contato com ele?

-Eu não tenho contato com ele, infelizmente, eu o seguir no insta a um tempo atrás mas ele nem deve lembrar mais de mim -Ri

-Como assim ele esqueceu da melhor amiga de infância?

-As coisas mudaram Carol -Falei- Mas ele conseguiu o grande sonho dele, de se tornar jogador de futebol.

-Sério? Eu não sabia! Eu estava muito desconectada mesmo -Falou rindo- Mas profissional mesmo?

-Sim, ele ganhou as olimpíadas pelo Brasil em 2016.

-Uau -Falou sorrindo- Gabriel sempre foi apaixonado por futebol, nunca vi ele parar uma partida por nada.

Ela falou aquilo e me deu um flashback de quando sair de Santos, Gabriel naquele dia parou a partida, meu pai quis ir embora tão rápido que eu não me despedir de nenhum amigo, nenhum vizinho, ele parou a bola me vendo passar enquanto eu o olhava pelo vidro do carro.

-E oque você faz? -Carol falou me tirando de meus pensamentos

-Eu estudo Medicina, e trabalho em uma empresa de papelaria.

-Medicina? Que legal Nanda -Falou sorrindo

-E você, estudou tanto pra que?

-Eu sou publicitária e também tenho uma empresa de maquiagens.

-Nossa -Sorrir- Você sempre foi esforçada, eu não esperava menos.

Ela riu.

-Me passa o seu número, eu não posso perder mais o contato com você.

-Claro -Falei e trocamos telefone- Você mora aqui no Rio agora?

-É, é meu mais novo desafio -Falou- O calor é insuportável.

Nós rimos e nos desperdimos, voltei para o morro.

Ao chegar lá me deparei com meu pai e Márcio fazendo contas provavelmente das drogas e armas que traficavam e negativei com a cabeça.

Meu irmão, como sempre, estava sentado enquanto fumava maconha e espalha o cheiro pela casa.

-Eai Nandinha -Ele falou ao me ver- Porquê trabalhar tanto?

Ia ignorando até ele começar a falar mais.

-Tão burra, tem dinheiro pra pagar aquela merda de faculdade e se mata naquele emprego idiota o dia todo.

-Deixa sua irmã Hyago! -Márcio falou

-Ta defendendo a crush é? -Meu irmão falou rindo

-Como você é idiota Hyago, devia ouvir as besteiras que você fala e perceber que calado, você é um poeta! -Falei e subir.

Tomei um banho e ia dormindo, quando meu celular tocou e era Malina.

-Eai irmãzinha -Falou

-Irmãzinha? Eu sou a mais velha, me respeite! -Falei e rimos

-Como foi seu dia?

-Como sempre Ma.

-Nada de novidades?

-Ah, reencontrei a Carol.

-E VOCÊ FALA ISSO TRANQUILA DESSE JEITO? -Gritou

-MEU OUVIDO MALINA!

-É SUA MELHOR AMIGA DE INFÂNCIA FERNANDA, ÂNIMO, ÂNIMO!

Ri, conversamos mais e logo desliguei.

Acordei no outro dia e fui a empresa de papelaria, trabalhei normalmente como sempre mas não fazia ideia do que viria logo mais pra mim.

Ao terminar o expediente, a gerente me chamou na sala dela.

-Fernanda, infelizmente estamos enfrentando uma crise, muito grande -Falou- E teremos que demitir alguns funcionários, e você foi uma das que infelizmente, foram escolhidas, eu sinto muito, pagaremos todos os seus direitos, tudo certinho, me desculpa, não tivemos alternativa...

Eu não conseguir dizer nada, ela me entregou um papel pedindo pra que assinasse e eu assinei.

Sair de lá sem reação alguma, mas quando caiu a ficha eu só conseguia pensar em como iria pagar a faculdade.

Minha cabeça começou a doer muito e eu não tinha a menor condição de ir pra aula.

Fui direto para o morro.

-Oque aconteceu filha? Chegou cedo -Meu pai falou

Vidas Cruzadas • GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora