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♪ "Se você pudesse ver
Que eu sou a única que te entende
Que esteve aqui por todo esse tempo
Então por que não pode ver?
Você pertence a mim" ♪

♥| 𝐂𝐚𝐥𝐥𝐢𝐞

Eu desço as escadas o mais rápido que eu posso, já que tinha sido bipada duas vezes.

Chego no andar da emergência, empurro a porta e saio correndo até o trauma 1. Quando chego lá esqueço como se respira: um menino machucado - crianças não são o meu forte - e Arizona cuidando dele.

Ela me olha, mas não retribuo o olhar ainda observando o menino na maca. Ele estava muito machucado...

- O que você está fazendo? - pergunto sem pensar.

Agora eu olho: seus olhos azuis estavam agitados, seus cabelos loiros na altura do ombro estavam presos em um rabo frouxo e seu avental estava cheio de sangue. Ela não me olhava do mesmo jeito, ela parecia hesitante como se eu fosse o problema aqui.

- Não tinha ninguém por perto quando a ambulância chegou e eu já pedi para biparem a pediatria. - ela fala como se eu fosse burra ou algo assim - Ele tem algumas costelas, o braço esquerdo e as pernas fraturadas.

Isso não era bom, mesmo se conseguimos salvar ele talvez saia daqui sem uma das pernas. Ele parecia no máximo ter uns oito anos e isso quebrava o meu coração, uma criança não devia passar por isso.

Antes que eu possa falar algo seu coração para.

Arizona se move rapidamente e começa a fazer massagem cardíaca no menino, uma enfermeira traz o carrinho de emergência e ela pega os desfibriladores.

- Carrega em 360... afasta.

Sem resposta.

Ela solta os desfibriladores e volta a fazer massagem cardíaca nele. Não havia muito o que podíamos fazer por ele se levássemos ele para cirurgia sua dor ia ser pior do que agora...

- Dra. Torres! - ela me chama.

Eu não sabia o que fazer.

- Callie, me ajude por favor.

Sinto meu coração amolecer, sinto vontade de tirá-la daquela situação o mais rápido possível. Era estranha a sensação de ainda sentir algo por ela, eu não queria, mas eu não podia controlar.

Amelia aparece do meu lado de repente fazendo eu me esquecer de meus problemas.

- O que temos aqui? - ela pergunta se aproximando de Arizona que continuava fazendo massagem cardíaca.

- Ele tem uma fratura no crânio, aparentemente. Alguém bateu a cabeça dele em algum lugar.

Amelia assente e checa seus olhos, ela suspira.

- As pupilas dele estão dilatadas e sem resposta - ela checa mais uma vez - ele esta com morte cerebral.

Eu suspiro, mas Arizona não para de fazer massagem cardíaca no menino.

- Dra Robbins? - Amelia a chama.

Arizona finge que não a escuta e continua.

Sua respiração estava pesada por causa do esforço, Amelia olha para mim pedindo ajuda. Eu fecho os olhos e tento deixar de lado nossos problemas, suspiro e fico ao seu lado.

- Arizona? - a chamo.

Ela também não me responde. Eu coloco minhas mãos por cima da suas, sinto um choque que não sentia fazia um longo tempo, me acalmo.

VOCÊ PERTENCE A MIM - CalzonaWhere stories live. Discover now