Capítulo 5

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Valentim

Estava prestes a sair de casa, quando meu celular começou a tocar. Quando vi o nome no visor quase esbravejei. Aquela ligação faria que eu chegasse atrasado na festa de Henrique.

Meu pai nunca sabia a hora de parar de falar, e às vezes ele queria tratar somente de coisas que me faziam mal ou ofendiam. Ele sempre foi o homem que me apoiou desde a infância, já que minha mãe nos abandonou sem se importar com nossos sentimentos.

Só que nos últimos tempos, algo havia acontecido, e eu queria acreditar que era por eu ter ficado no seu lugar na empresa. Pois não seria possível que eu o tivesse ofendido de alguma forma, sendo que nunca nem levantei a voz para falar com meu pai.

— Oi, papai — atendi de forma carinhosa.

Eu nunca deixava nossas brigas voltarem à tona quando ele resolvia entrar em contato comigo.

— Um milagre ter atendido tão rápido, na maioria das vezes eu tenho que ligar ao menos umas três vezes para que você atenda essa merda.

Esbravejou, com sua voz grossa do outro lado da linha.

— A que devo a honra dessa ligação? — indaguei de forma sarcástica.

— Não seja petulante, Valentim — repreendeu-me.

— Papai, hoje é aniversário de Henrique, porque o senhor não diz logo o que quer? Eu preciso ir à festa que ele insistiu que eu comparecesse e você sabe que quando um Belline promete alguma coisa tem que cumprir... é questão de honra.

Houve uma pausa do outro lado, mas logo um suspiro surgiu.

— Havia me esquecido que era aniversário de Henrique. Depois mandarei alguma felicitação para ele. — Voltou a dizer..

— O senhor está bem? — questionei, pois uma onda de preocupação me abateu, já que tinha algum tempo que não nos falávamos.

— Sim, Valentim. Estou ótimo, até porque se eu não tivesse você seria o primeiro a saber.

— Claro — respondi de forma econômica.

— Eu liguei para saber o que está acontecendo com a Cristina?

Fiquei por um momento sem entender o que ele estava querendo dizer, pois eu realmente não sabia o que estava acontecendo com a minha Cristina... quer dizer, minha secretária.

— Como assim?

— Hoje encontrei ela em um hospital, que fui fazer uma doação, pois você sabe que sempre gosto de ajudar em algumas causas e ela parecia bem abalada.

Meu mundo por um momento parou de dar voltas, tudo entrou em pausa e eu não soube o que dizer, até que meu pai pigarreou do outro lado. Não que eu estivesse preocupado por ele estar em um hospital, porque ele realmente gostava de fazer suas caridades pessoalmente, mas por Cristina estar em um hospital.

— Papai, ela estava um pouco abalada nos últimos dias, mas não quis me dizer o que era. Só me informou que havia terminado com o namorado.

— Achei muito estranho e ela não me disse quem estava visitando. Trate de saber, pois eu já te disse que Cristina é uma ótima funcionária e nós devemos tratá-la bem.

Eu bem sabia daquilo e ele nem precisava repetir.

— Eu a trato super bem, papai. Vou tentar descobrir algo e informo ao senhor.

— Ótimo! Boa noite, Valentim!

Ele nem esperou que eu respondesse, desligando o telefone na minha cara. Balancei minha cabeça, tentando desviar meus pensamentos, porém a semente da curiosidade já havia sido plantada em minha mente.

Uma Esposa Virgem Para o CEO - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now