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Billie O'Connell x

Alguns dias tinham se passado desde que eu estou morando com os Guerilla's. Dessa vez, não mais sendo prisioneira deles e sim namorada de Dahra.

Sim, namorada.

Ela tinha me pedido em namoro depois de se declarar para mim, dizendo que me amava e que enfrentaria tudo e todos para me proteger.

Eu aceitei na hora considerando o tanto que eu também a amava e o quanto eu me sentia bem e protegida ao seu lado.

Durante esses dias, eu ouço Dahra grunhindo entre pesadelos e nervosa pelos corredores da casa.

Ela tentava disfarçar, mas eu sabia que ela não estava bem. Sabia que ela precisava de ajuda psicológica.

— Dahra! — finalmente ela acordou do sono em que estava tendo.

Na verdade não era um sonho e sim um pesadelo. Ela murmurava coisas como "não faz isso" ou "deixe ela em paz".

— Tudo bem, está tudo bem. Eu estou aqui — me levantei, a abraçando.

Dahra deixava que algumas lágrimas rolassem e meu coração se apertou em vê-la assim.

Nunca pensei que a grande Dahra Guerilla estaria chorando aos meus braços agora.

— Se acalma, eu 'tô aqui — puxei ela para mais perto.

— Kiana, a Kiana, ela vai... —

Kiana está morta — a interrompi.

Dahra negou diversas vezes.

— Eu sinto que ela não está morta, Billie. E acho que ela está esperando o momento certo para vir até nós. Para nos atacar e... —

— Dahra! — a interrompi — Olha pra mim. A Kiana morreu, não tem como ela estar viva. Essas alucinações que você está tendo não são sinais de que ela está viva e sim um sinal de que você precisa de terapia —

Tentei ser o mais direta possível, ela precisava de ajuda.

Ela e a mãe foram as mais afetadas. Elena já estava recebendo ajuda, mas Dahra se recusava.

— Eu sei como vou melhorar — Dahra se levantou, indo até o guarda-roupa e pegando um sobre-tudo, que cobriu todo o seu pijama.

— Terapia? —

— Eu vou voltar. Vou ir até o bunker e vou me certificar de que Kiana está morta — ela foi até a mesa ao lado da cama e pegou uma pistola, colocando no bolso de dentro do enorme casaco.

— Não acho que seja uma boa ideia você voltar a um lugar que te trouxe tantos traumas — me levantei, parando seus movimentos.

— Eu preciso ir até lá. Nada que fale vai me fazer mudar de ideia — pensei um pouco.

— Então, eu vou com você — peguei uma blusa que havia do meu lado, cobrindo meu corpo.

— Não. Claro que não, não vou te colocar em perigo desse jeito —

— Eu vou, sim. Não vou te deixar voltar lá estando sozinha. Se tiver algum capanga de Kiana, eles podem te fazer algum mal —

Mesmo sabendo que a gangue dos Santana's tinha acabado, ainda tive medo por ela.

— Billie, me escuta... —

— Me escuta você — eu a interrompi mais uma vez — Você precisa de ajuda. Ir lá não vai te ajudar, mas se você acha que vai, eu não posso fazer nada a não ser ir com você. Agora eu estou te avisando, se o corpo de Kiana estiver lá e mesmo tendo certeza da morte dela os seus pesadelos continuarem, eu mesma vou te levar em um consultório psicológico —

Holding the gun •Billie Eilish• |✅Onde histórias criam vida. Descubra agora