O grande amor de um Deus.

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𝔔𝔲𝔞𝔫𝔡𝔬 𝔬𝔰 𝔭𝔢𝔰𝔞𝔡𝔢𝔩𝔬𝔰 𝔠𝔬𝔪𝔢ç𝔞𝔯𝔞𝔪?

Foi logo após uma postagem no grupo da empresa, uma famosa rede social que eles usavam para interagir, parecia que quase todos tinham ido ao mesmo local, aproveitando um feriado importante. Melo estava muito animada com o casamento, sendo assim ela fez um vídeo da cerimonia, um homem com os cabelos tão claros que, na luz do sol pareciam ruivos (mesmo sendo castanhos), ele segurava na mão da sua amada com firmeza e, em alguns momentos que o cerimonialista falava, ele a olhava com admiração. Um amor puro. Não foi esse o ponto que o perturbou. Ele se assombrou quando a mulher lhe apertou a mão e sorriu, a câmera focou nos olhos dela, eles brilhavam de uma maneira que... Como ele sentia falta daquele brilho.

E o vídeo continuava, teve um momento que ele viu sua mãe sorrir ao abraçar ela, Aydan fechou os olhos com força, controlando as lágrimas. Os noivos logo começaram a dançar, ela o olhava com a mesma admiração, com o mesmo amor... Como poderia ama-lo tanto se, alguns anos atrás, a mesma dizia ter perdido seu noivo em um grave acidente, dizia ter perdido ele. Ele.

Não demorou para ele dormir, angustiado e...

Quanto mais ele se aproximava, mais lagrimas caiam. Quando Serkan chegou a ela, estranhamente, a mulher parecia sumir... Não sem antes o olhar novamente, ela vestia uma roupa diferente, um robe cinza, ela chorava, ele não esquecia disso.

-Por que, Serkan?

Ele franziu a teste.

-O que?

-Por que desistiu de nos? Por que, Serkan?

-EU NÃO TE DEIXEI! -Gritou alarmado, acordando sua esposa que dormia calmamente.

Ele não compreendia o que passava com ele, mas poderia afirmar que algo estava errado, há muitos e muitos anos. Os inúmeros médicos que foram contratados lhe afirmavam a mesma coisa, ele estava lembrando. Todos indicavam um acompanhamento psicológico, mas sua esposa parecia está atormentada por algo, sempre agitada, sempre gritando, sempre chamando-o para fugir, para correr dali e se esconder de algo que ele também tinha medo, no entanto sequer sabia o que era. Foi quando ela foi tomada por uma ideia de gerar uma criança, uma criança deles, a primeira tentativa pareceu ter dado certo. A menstruação parou, os sinais começaram... Tudo psicológico.

Mas, as memorias iam retornando, às vezes tudo parecia um sonho, outras eram pequenos fragmentos que lhe surgiam na mente, momento novos, pessoas novas... Eda... Seu grande amor, Eda.

Ela logo ouviu a água do chuveiro ligada, uma estranha necessidade de ir para ali a tomou e, antes que percebesse, Eda tinha vestido a peça, calçado os sapatos e passado um batom vermelho. A porta do banheiro se abriu lentamente, como se quisesse provoca-la. O box do banheiro estava embaçado e havia um homem ali.

-Posso me juntar? -A boca de Eda ganhou vida própria.

E a porta do box se abriu.

Ela entrou.

Ele estava virado, mas o cabelo molhado e as gotas de água caindo pelas suas costas, tudo parecia enlouquecer ela.

-Acho que você gostaria de ver algo, antes de ligar esse chuveiro.

As mãos dela acariciavam as costas dele, quando ele se virou e seu rosto ficou embaçado, mas Eda viu ele sorrir e a puxar para si, não parecia haver lugar mais certo que aquele, nos braços dele.

E ele acordava, assombrado pelas emoções, mas, vou lhes contar onde, realmente, começou o tormento de Serkan. Tudo ocorreu graças a uma caixa, uma velha caixa deixada dentro de um velho baú na sala de estar, ele estava a procura de velhos arquivos que seu pai deixava guardado no tal baú e, de fato, estavam lá, mas a curiosidade dele (recém descoberta), o forçou a mexer mais ao ver uma caixa branca, com faixas vermelhas e desenhos de rosas e estrelas, ele tirou todas as coisas que estavam em cima e, sentado no meio de uma bagunça de papeis e documentos antigos, ele abriu a caixa.

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