A partida de Apollo.

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ℌ𝔞𝔳𝔦𝔞 𝔲𝔪𝔞 𝔪𝔢𝔩𝔬𝔡𝔦𝔞 𝔫𝔬 𝔞𝔯 𝔢 𝔢𝔩𝔢 𝔢𝔰𝔱𝔞𝔳𝔞 𝔞𝔩𝔦, 𝔬𝔫𝔡𝔢?

Tudo não passava de uma bonita praça, daquelas que existem crianças brincando e cachorros correndo, ele já não estava mais na Turquia, não... Aquilo tudo parecia uma realidade distante, longe... Longe de todo que ele um dia idealizou, longe dos seus sonhos estranhos e da sensação incomoda de está vivenciando uma mentira, dia após dia, ano após ano... Cada minuto era mais uma pagina de uma história dissimulada, de uma felicidade continua e desgastada, uma felicidade que parecia um cenário de filme. Uma felicidade que não era dele.

-Mama, vamos, mama, vamos! -Uma criancinha chamava a mãe com alegria.

-O que você quer me mostrar, pequena luz? -A mulher perguntou sorrindo, achando graça da alegria da sua filha.

-Vamos ver os passarinhos, mama, eles são bem pequenininhos! Vamos, mama, vamos!

A mulher riu.

Serkan observava tudo calado, pensando qual era seu problema, ele estava ali! Ele tinha uma bela esposa e uma mãe que o adorava, ele tinha bons amigos, poucos, sim, mas bons, no entanto, tudo parecia estranhamente incompleto, injusto. E, olhando-as ali, ele desejou poder se levantar e ir brincar com a criança, enquanto a mãe os observava, ele desejou fazer parte daquilo.

-Está vendo, mama? Eles estão bem, mama? Onde está a mama deles?

A mulher sorriu, como se tudo aquilo foi mais uma normal cena cotidiana e, de fato, o era.

-A mama deles foi procurar comida, eles precisam se alimentar, meu bem.

-Igual a senhora, mama?

-Sim, querida, da mesma forma.

A menina abraçou a mãe com carência.

-Não gosto quando a senhora sai, mama.

-Você sabe que a mama e o papa tem que trabalhar e, qual o problema de ficar com a vovó e o vovô? Você não gosta deles? -A menina começou a assentir. -Pois bem, qual o problema?

Os olhos da criança se encheram de lágrimas.

-Sinto saudades, mama.

A mulher abraçou a criança com força, tentando transmitir todo amor que sentia.

-Também sinto saudades, mas, de noite a mama e o papa chegam e nos ficamos juntinhos.

Juntos, Serkan não aquele tipo de amor, juntos, Serkan não conseguia assemelhar tudo que possivelmente tinha ocorrido a muitos anos atrás. Ele sequer lembrava, sua mente era um deserto no qual ele mesmo era o forasteiro, alguém perdido e sem nenhum tipo de direção.

°☼°

Após sua volta turbulenta e tudo aquilo, ele não compreendeu as coisas, primeiramente, havia uma mulher que dizia ser sua amada, haviam provas daquele amor, entretanto não havia sequer um traço de toda aquela paixão dentro dele, nada. Sequer um arrepio, para ele, aquela mulher era alguém que só queria se aproveitar da sua empresa.

-Por favor, você tem que tentar entender, nos nós amamos, por favor. -Ela implorava por algo que ele não entendia e nem queria entender.

Sua vida era a empresa, como sequer alguém poderia imaginar que o enganaria ao dizer que uma mulher mudou seu mundo? Falas como essa foram se tornando mais e mais frequentes, ela parecia está em constante desespero, em contante agonia. Mas, parou.

-Se quer começar com aquele teatro novamente...

Ela engoliu em seco, se controlando, respirou fundo e o olhou. Profundamente.

Apollo.Where stories live. Discover now